No
dia 22 de fevereiro de 2012 publiquei, aqui neste espaço, o texto "Ufam
erra ao reconhecer automaticamente mestrado paraguaio". Claro estava,
naquele texto, pelo menos para quem não tem dificuldades de interpretação
textual, que minha posição era em relação ao fato de a Universidade Federal do
Amazonas (Ufam) aceitar automaticamente os diplomas emitidos pela Faculdade
Interamericana do Paraguai. Fazê-lo automaticamente, coisa que não o faz mais,
seria interpretar incorretamente o Decreto 5.518 de 23 de agosto de 2005. No
dia 02 deste mês, um leitor do meu Blog (cujo comentário publiquei), professor,
criticou vorazmente o que escrevi, talvez por eu ter ironizado os cursos de
finais de semana com a denominação de "cursos de aluguel". Disse que
a Pós-graduação brasileira é burguesa e conservadora, algo com o qual concordo
em parte, mas, ao tentar fazer piadinha e defender os cursos de final de
semana, revelou, talvez por ter bastante experiência em um desses cursos, que
os professores da Faculdade Interamericana do Paraguai são da USP, da UNICAMP,
da UFRJ e da UFF. Tenho de concordar com o leitor sobre o "país da piada
pronta", se realmente os professores dos cursos de finais de semana do
Paraguai forem dessas e de outras universidades brasileiras. E ele, com
revelação, só confirma o que eu supunha: são mesmo cursos de aluguel. Usados
por professores brasileiros ou para engordar a remuneração ou para fazer ações
beneméritas no país vizinho. Fariam muito bem, e contribuiriam para implodir o
conservadorismo e o elitismo da Pós-graduação brasileira, se ofertassem, sem
cobrar um tostão, cursos de Pós, aos finais de semana, no Brasil, de graça, para
quem não tivesse condições, por ter de se dedicar ao trabalho, por exemplo. Por
que fazem ação benemérita no Paraguai e não no Brasil? Não seria mais lógico
fazê-los no país onde vivem? E se vão para o Paraguai, ministrar aulas em cursos
de finais de semana, certamente o fazem com autorização das universidades
brasileiras de origem, tudo como parte de um acordo de cooperação técnico-científica
entre essas universidades brasileiras e a Faculdade Interamericana do Paraguai?
Ou será que o problema é muito mais grave do que se nos apresentava? Tanto na
interpretação de textos quanto na interpretação das leis (que não deixa de ser
interpretação de textos) há quem goste de fazer piada sempre em benefício
próprio. O que torna alguns pseudopiadistas e revolucionários da educação
brasileira péssimos humoristas e libertários de araque.
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