domingo, 20 de outubro de 2013

O teatro das decisões colegiadas

Não é à toa que se tem, no Brasil, uma tirania travestida de autonomia nas universidades brasileiras, conforme comentei ontem neste mesmo espaço sob o título de "A tirania fantasiada de autonomia". E o exercício desta tirania, no mais das vezes, é provocado pela irresponsabilidade e a falta de compromisso de muitos professores e professoras (bem como de Técnicos e Estudantes) que deixam de participar dos colegiados das Instituições, nos vários níveis decisórios. Com isso enfraquecem os colegiados e contribuem para que, em alguns casos, a tão propagada decisão colegiada não passe de uma ação entre amigos. Sem contar com aqueles que comparecem, porém, acovardam-se sempre nos temas polêmicos e deixam de votar para não "bater de frente" contra os colegas de trabalho. Ora, quem não tem coragem de desagradar o colega para fazer o certo, para fazer justiça, deveria ter o mínimo de hombridade e pedir para sair, deixar de ser conselheiro e dar o lugar par quem não tem receio de enfrentar algumas velhas e carcomidas lideranças que se especializaram em decidir o destino das Instituições pela altura na voz e não pelos argumentos técnicos. Compromisso e participação são fundamentais. Mas, coragem na hora da decisão, mais ainda, para que as reuniões não se transformem em um teatro do absurdo.


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Um comentário:

  1. Prezado Prof. Gilson:
    Acertou na mosca. Isto se torna notadamente escandaloso em colegiados de departamento. Afirmo sem medo de errar: a universidade caminha para trás por causa de decisões simples que os departamentos deixam de tomar, seja por corporativismo, omissão ou mera falta de planejamento. Professores que não cumprem a carga mínima semestral em aulas (como previsto em resolução), professores que não aparecem em sala de aula, "planejamentos" para capacitação docente sem levar em consideração os interesses do departamento - existindo casos em que o interesse é unica e exclusivamente fazer com que o professor adquira um "canudo" de doutor, liberações informais para cursar programas de pós-graduação, cursos de férias com carga horária teoricamente regular, mas na prática com um número bastante inferior de aulas ministradas e...Bem, eu poderia ficar horas falando sobre isso aqui. Ainda bem que o seu espaço é democrático e eu sei que o meu comentário não será censurado (rsrrsrsr).

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