quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A produção e as condições para se produzir

Gosto muito da tese do prefeito do Campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor doutor Atlas Bacellar. Quando se discute a questão do trabalho ele diz que em uma organização as pessoas se comportam como em uma "curva de Gauss": 20% trabalham e exercem suas funções independentemente das normas, 60% esperam pelas norma e cobranças e os outros 20% tentam não trabalhar nem que existam as normas. Com as devidas variações para mais ou para menos que o erro estatístico pode provocar, lá vem de novo ele: Johann Carl Friedrich Gauss, matemático, astrônomo e físico alemão, talvez funcione assim, também na Pós-graduação brasileira. O problema é que, para se cobrar a produção nos níveis que nossos pares (e até nós mesmos às vezes cobramos), as condições estruturais de pesquisa deveriam ser ótimas. Nem sempre isso ocorre. E se não ocorre, é fundamental que haja uma espécie de pacto interno até que se chegue pelo menos às condições mínimas para que os programas de Pós-graduação passem a funcionar dignamente. O que não se nos parece razoável é cobrar produtividade extrema de professores e professoras sem que as condições básicas para que haja a produção sejam oferecidas. A Curva de Gauss à qual se refere o professor Bacellar parece se aplicar fundamentalmente ao processo de trabalho na Pós-graduação em todas as universidades brasileiras. É quase certo que 20% do professores e professoras que fazem parte dos programas trabalham e produzem quaisquer que sejam as condições. Outros 60% tendem para um lado e para o outro ao sabor das marés e 20%, ao longo do tempo, terminam por fazer parte das estatísticas dos descredenciamentos. Exigir, portanto, dedicação e comprometimento de todos talvez seja o dever de qualquer gestor. Esperar que receba exatamente o que exige é praticamente impossível. Mas, uma coisa parece fundamental: quem cobra tem de dar as condições essenciais para que o cobrado seja alcançado.


Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.