Recentemente,
um dos estudantes que cursa disciplina (como abomino esse nome) comigo no
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), perguntou-me:"Professor, há muito
tempo, em uma conversa, uma pessoa me disse que o senhor é contra a ABNT. Isso
é verdade?". Não tive nenhuma dúvida:"Sou absolutamente contra
quaisquer tipos de normas que cerceiam a criatividade dos estudantes em prol de
um padrão que vos poda a liberdade". E acrescentei que as ISOs, como a 14
mil, por exemplo, são normas criadas pelos países desenvolvidos com o fim de
evitar que produtos dos países menos desenvolvidos tenham mercado. Os tais
padrões de qualidade não passam, em suma, de indicadores para promover a
reserva de mercado em determinadas áreas. A necessidade de escala e a
concorrência imposta pelo mercado, são indicadores de qualidade muito mais
efetivos. Um exemplo tácito disso são os cabos USBs do mercado: são
padronizados universalmente sem a necessidade de nenhuma lei. A questão da
produção de artigos em pesquisa, com o resultado dos trabalhos, deveria ser
algo naturalmente prazeroso para qualquer pesquisador e não algo perseguido
como um indicador de mérito meramente quantitativo. Relativamente ao que
perguntou o estudante, penso que sou contra a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) talvez seja em função do artigo "Sumário
ou índice: conceito, definições e controvérsias", publicado na revista
científica Acta Cirúrgica Brasileira (Acta Cir. Bras. vol.13 n.2 São Paulo
Apr./May/June 1998). Quanto às NBRs, as entendo como meros indicadores de padrões
de apresentação de trabalhos, nada além. Torná-las camisas de força dentro das universidades
é abrir mão do que de mais sagrado temos: a autonomia. Serem recomendadas como
referência, até aceito. Serem vistas como leis é um exagero inconcebível.
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.