sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para que servem as normas técnicas?

Recentemente, um dos estudantes que cursa disciplina (como abomino esse nome) comigo no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), perguntou-me:"Professor, há muito tempo, em uma conversa, uma pessoa me disse que o senhor é contra a ABNT. Isso é verdade?". Não tive nenhuma dúvida:"Sou absolutamente contra quaisquer tipos de normas que cerceiam a criatividade dos estudantes em prol de um padrão que vos poda a liberdade". E acrescentei que as ISOs, como a 14 mil, por exemplo, são normas criadas pelos países desenvolvidos com o fim de evitar que produtos dos países menos desenvolvidos tenham mercado. Os tais padrões de qualidade não passam, em suma, de indicadores para promover a reserva de mercado em determinadas áreas. A necessidade de escala e a concorrência imposta pelo mercado, são indicadores de qualidade muito mais efetivos. Um exemplo tácito disso são os cabos USBs do mercado: são padronizados universalmente sem a necessidade de nenhuma lei. A questão da produção de artigos em pesquisa, com o resultado dos trabalhos, deveria ser algo naturalmente prazeroso para qualquer pesquisador e não algo perseguido como um indicador de mérito meramente quantitativo. Relativamente ao que perguntou o estudante, penso que sou contra a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) talvez seja em função do artigo "Sumário ou índice: conceito, definições e controvérsias", publicado na revista científica Acta Cirúrgica Brasileira (Acta Cir. Bras. vol.13 n.2 São Paulo Apr./May/June 1998). Quanto às NBRs, as entendo como meros indicadores de padrões de apresentação de trabalhos, nada além. Torná-las camisas de força dentro das universidades é abrir mão do que de mais sagrado temos: a autonomia. Serem recomendadas como referência, até aceito. Serem vistas como leis é um exagero inconcebível.


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