O
que mais emperra o avanço da Educação brasileira não é a falta de Leis. A Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, de tão avançada, permanece atual. Nós, os educadores, em
todas as categorias, dos professores, as pedagogos e técnicos, não conseguimos
é ampliar a nossa visão de Educação para um palmo sequer além do nariz. São as
invisíveis leis da mente humana, para além da LDBEN, que entravam a
modernização do processo de aprendizagem no Brasil. Se não, vejamos! Há algum
dispositivo legal que impeça um estudante de cursar graduação e pós-graduação concomitantemente?
Nenhum! Assim como o Mestrado não é pré-condição para se cursar doutorado. Os
programas de pós-graduação das universidades brasileiras, principalmente as
públicas, para não ferir a Lei, admitem a possibilidade. Que ela ocorra, porém,
é uma raridade. Nosso olhar é sempre de gestor-controlador. Antecipadamente, decidimos
que o estudante não pode estudar o dia inteiro por ser
"contraproducente". Antevemos que ele, o estudante (ou a estudante),
não faria bem feito nem um nem outro curso. Nossos padrões de visão da Educação
são castos. John Amos Comenius e Santo Agostinho devem se revolver no túmulo da
tanta felicidade por terem, até hoje, seus modelos de Educação praticamente
intocados. Reclamamos aos quatros cantos contra as gavetas das disciplinas mas
adoramos engavetar nossos estudantes em séries e níveis por um tempo
pré-determinado pela inteligência superpoderosa de alguns que decidiram que
todas as pessoas, sem exceção, precisam de pelo menos 200 dias letivos para
adquirirem determinadas habilidades formais. Criatividade, inventividade e descoberta
contam quase nada nas grades curriculares engessadas pelo próprio nome. Conhecimento
e sabedoria não podem ser aprisionados nas celas corporativas das profissões. Ou
o Estado brasileiro arranca esta viseira de preparar para o mercado e começa a
preparar para o pleno exercício da cidadania ou as escolas, em quaisquer dos níveis, não
cumprirá a função social de encontrar soluções para os graves problemas de quem
as financia: a própria sociedade.
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