quarta-feira, 2 de outubro de 2013

As invisíveis leis da mente que emperram a Educação

O que mais emperra o avanço da Educação brasileira não é a falta de Leis. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de tão avançada, permanece atual. Nós, os educadores, em todas as categorias, dos professores, as pedagogos e técnicos, não conseguimos é ampliar a nossa visão de Educação para um palmo sequer além do nariz. São as invisíveis leis da mente humana, para além da LDBEN, que entravam a modernização do processo de aprendizagem no Brasil. Se não, vejamos! Há algum dispositivo legal que impeça um estudante de cursar graduação e pós-graduação concomitantemente? Nenhum! Assim como o Mestrado não é pré-condição para se cursar doutorado. Os programas de pós-graduação das universidades brasileiras, principalmente as públicas, para não ferir a Lei, admitem a possibilidade. Que ela ocorra, porém, é uma raridade. Nosso olhar é sempre de gestor-controlador. Antecipadamente, decidimos que o estudante não pode estudar o dia inteiro por ser "contraproducente". Antevemos que ele, o estudante (ou a estudante), não faria bem feito nem um nem outro curso. Nossos padrões de visão da Educação são castos. John Amos Comenius e Santo Agostinho devem se revolver no túmulo da tanta felicidade por terem, até hoje, seus modelos de Educação praticamente intocados. Reclamamos aos quatros cantos contra as gavetas das disciplinas mas adoramos engavetar nossos estudantes em séries e níveis por um tempo pré-determinado pela inteligência superpoderosa de alguns que decidiram que todas as pessoas, sem exceção, precisam de pelo menos 200 dias letivos para adquirirem determinadas habilidades formais. Criatividade, inventividade e descoberta contam quase nada nas grades curriculares engessadas pelo próprio nome. Conhecimento e sabedoria não podem ser aprisionados nas celas corporativas das profissões. Ou o Estado brasileiro arranca esta viseira de preparar para o mercado e começa a preparar para o pleno exercício da cidadania ou  as escolas, em quaisquer dos níveis, não cumprirá a função social de encontrar soluções para os graves problemas de quem as financia: a própria sociedade.


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