Hoje,
depois da retirada do processo de criação das a Universidade Federal do Médio e
Baixo Amazonas e a Universidade Federal do Médio e Alto Solimões, por meio de despacho
da Presidência da República como resultado, inclusive, da pressão de
ex-reitores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e por conta de fatos
recentes em universidades que conheço, como a Universidade Federal do Recôncavo
Baiano (UFRB), na qual os derrotados pediram a intervenção do MEC para “anular
a consulta”, tenho elementos para afirmar: o ovo da serpente foi gestado nas
universidades brasileiras há tempos. E ele se chama processo de privatização da
Educação superior brasileira. E foi gestado pela turma que defende a criação de
empresas de inovação dentro das universidades com o claro objetivo de os
professores e professores “gerenciarem” os “inventos” dos seus estudantes
criativos, bem como do uso do espaço público para interesses privados. A Lei da
Inovação está apinhada deste olhar. Que era o olhar silencioso de muitos professores
e professoras em regime de Dedicação Exclusiva que usavam todo o tipo de artifício
para “pular o muro”. A visão privatista e excludente predomina. Ao dizer que a
universidade é para poucos, o ministro da Educação, Ricardo Velez Rodriguez,
reverberou a voz de muitos de dentro das próprias universidades. Disse o que
muitos pensam, mas, ainda não tinham coragem de dizer. Temos uma universidade
brasileira elitista sim, baseada na casta de doutores que dominam o processo de
avaliação e distribuição de bolsas. É uma troca de favores encoberta pelo “pano-de-fundo”
do mérito. Baremas e mais baremas existem para dar um ar de objetividade aparente
ao mérito. As serpentes existentes entre nós chocaram o ovo e o filhote está na
presidência da República enquanto ovos e mais ovos serão chocados e gerarão
frutos internos desta visão elitista e meritocrática de uma universidade que só
quer é vender seus espaços para a geração de riquezas individuais: querem
pretos, pobres e índios é mesmo na senzala a servir de mão-de-obra de segunda
categoria nos laboratórios e casas dos embranquecidos e “superiores” que
conseguirem sobreviver nesta “selva-de-pedra acadêmica”.
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Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson
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