sábado, 16 de março de 2019

Valores democráticos subvertidos


No dia do debate entre as candidaturas à sucessão no Campus Paulo Freire, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Teixeira de Freitas, entre Lívia Lemos e Caroline Caputo pela Chapa 1 e André Rego e Marina Miranda, compondo a Chapa 2, ocorrido no dia 14, às 18h, deparei-me com uma situação no mínimo inusitada. Pelas regras do debate, cada membro de uma das categorias, bem como o público em geral que estivesse presente, poderia fazer pergunta a cada uma das chapas. Na minha doce ingenuidade, imaginei que seriam pessoas diferentes a perguntar, pois entendo, abririar mais espaço para as divergências. Para meu espanto, a mesma pessoa foi “sorteada” para fazer a pergunta às duas chapas entre os técnicos administrativos em educação. Findo o debate, encontrei a pessoa e elogiei a “sorte” dele. Minha surpresa foi ainda maior? O nome dele estava nas duas “caixinhas” sorteadas. E uma técnica que estava próximo dele completou: “ele é o representante da nossa categoria. Só ele deveria perguntar em nosso nome”. A mim me parece, e posso estar redonda e completamente equivocado, que, neste específico caso, não se deve delegar a palavra ao representante da categoria. Trata-se de um debate público para a participação do público. Se a lógica que me foi dita estiver correta, em nome da população, só o prefeito da cidade ou algum dos vereadores poderia perguntar? E entre os estudantes, só o representante do Diretório Estudantil? Reforço: talvez eu esteja equivocado, mas, nem nos órgãos colegiados, só os representantes possuem direito a voz. Nos debates, a participação direta deve ser de cada um dos membros de quaisquer das categorias, falando por eles e não pela categoria. Talvez eu esteja ficando velho demais, ultrapassado para as ditas “práticas democráticas” atuais. Deve ser por isso, inclusive, que condeno veementemente quando uma categoria, qualquer que seja, faz assembleia para “fechar” com candidato A, B ou C. Quando isso acontece, salvo melhor juízo, os valores democráticos são total e completamente subvertidos. Algumas inovações “democráticas” nas universidades brasileiras deixam-me de queixo caído por exalarem cheiro de mofo querendo tocar nossos olfatos com o cheiro dos melhores perfumes.

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