terça-feira, 23 de abril de 2013

O processo de escolha do orientador


Um dos momentos mais importantes para a realização de um trabalho acadêmico-científico, a escolha do orientador, em verdade, guarda poucos vestígios de Ciência. Desde 1998, quando lancei meu livro "Guia para elaboração de projetos, trabalhos de conclusão de curso (TCCs), dissertações e teses", pela Edicon, de São Paulo, dediquei-me a pensar sobre o assunto. Uma das coisas que mais me incomodaram quando fui decidir quem me orientar, tanto no mestrado quando no doutorado, feitos na Universidade de São Paulo (Usp) foi, exatamente, a falta de critérios objetivos para a escolha do orientador ou orientadora. À época, no livro, aconselhava as pessoas:"Diante da falta de critérios comprovadamente científicos para a escolha do orientador, só resta ao ingressante de um curso de Pós-Graduação buscar o maior número possível de informações para reduzir as incertezas. Não é tão fácil, principalmente se o curso de Pós-Graduação for em uma cidade diferente da cidade de origem do candidato selecionado. Certamente, haverá um choque de culturas, ou seja, um choque entre a prática da universidade na qual o curso de graduação foi concluído e a prática da universidade onde se vai cursar o Pós-Graduação. A Secretaria de Pós-Graduação é o melhor caminho para diminuir esse choque. É na Secretaria de Pós-Graduação que o aluno sabe como o curso irá se desenrolar, quais os prazos regimentais, as modificações que por ventura ocorrem nos regulamentos no decorrer do programa de Pós-Graduação, etc. Por isso, antes mesmo da escolha do orientador, é fundamental que o aluno de Pós-Graduação tenha bom relacionamento com alguém da Secretaria, que pode ser a primeira pessoa a ajudá-lo no processo de escolha do orientador. Às vezes, as pessoas que trabalham nas secretarias de Pós-Graduação das instituições de ensino superior são de uma educação exemplar e fornecem todas as informações necessárias. Nem sempre, porém, quem trabalha na Secretaria de Pós-Graduação é um primor em educação e sociabilidade. Só resta, então, ao ingressante, buscar informações junto aos alunos mais antigos, de preferência o representante dos alunos junto à Comissão de Pós-Graduação. Esse aluno pode ter informações valiosas para quem está ingressando em um curso de Pós-Graduação. Ele certamente saberá dos prazos regimentais, informes sobre bolsas de estudo, quais são os professores mais indicados para determinadas linhas de pesquisa, enfim, saberá decifrar boa parte das informações que não são claramente especificadas nos manuais e nos regimentos dos programas de Pós-Graduação. Colher o máximo possível de informações sobre os professores que trabalham na área na qual se pretende desenvolver um trabalho, ou em áreas afins, é essencial para a escolha de qual professor será seu orientador. Não se deve, porém, buscar essas informações de forma acintosa. Professores, mestres e doutores podem não gostar desse tipo de averiguação. Assim, o ingressante precisa agir com parcimônia, para obter as informações sem ferir susceptibilidades. De posse das informações, deve-se analisá-las, detalhadamente, e escolher um, dois ou três professores (embora as informações possam diminuir os riscos de erro, essa é uma decisão mais intuitiva que científica), que serão, pode-se assim dizer, candidatos a orientador." As orientações que dou no meu livro reduzem as incerteza, mas, no entanto, ninguém terá garantia de que seguir tais passos culminará com a escolha bem-sucedida de um orientador ou orientadora.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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