Sou entusiasta da Educação a distância (EAD). Conheço o
processo de implantação no Brasil desde o Instituto Universal Brasileiro (IUB),
que oferecia os mais diversos cursos por correspondência. Discordo, porém, da
forma como tem sido incentivada em todos os âmbitos da administração pública:
federal, estadual e municipal. Os problemas estruturais da educação brasileira
não serão resolvidos com a pura e simples distribuição de diplomas. O pressuposto
fundamental da EAD é a participação efetiva dos estudantes, coisa que ocorre em
nível muito menor do que na educação presencial. Oferecer cursos de graduação a
distância para pessoas que passaram por um Ensino Médio de péssima qualidade é
por em risco o sistema educacional inteiro. O que sem tem, na verdade, hoje em
dia, é um sistema de EAD centrado em formar “no atacado” para, ao final, serem
apresentadas estatísticas de “desempenho acadêmico” melhor que o da educação presencial.
Acontece que na EAD o sistema de avaliação é diferente. Quando estudantes são
reprovados, existe o “plano de estudo”, que tem a pretensão de “recuperar” em
um mês o que não foi possível de ser aprendido em três ou quatro meses. Educação
presencial e educação a distância são formas complementares de tentar suprir a
vala entre os que possuem a educação formal e os que não a possuem. No entanto,
uma modalidade não substitui a outra. A EAD não salva a educação brasileira.
Tentar alçá-la a esse nível é um erro grosseiro, que trará conseqüências funestas
com o passar dos anos.
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