quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Há Educação para a tolerância e a liberdade?


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) propaga que a Educação no País deve ter como base a tolerância e a liberdade. Talvez fosse precipitado da minha parte, e até desonesto, dizer que o legislador, Darcy Ribeiro, ao propor a Lei, sabia que se transformaria em uma quimera, pelo menos nessas duas acepções. Há tolerância nas escolas brasileiras, dos ensinos Fundamental e Médio, e até nas universidades? Ribeiro sabia muito bem que tolerância não é um valor que adquire por decreto ou “da noite para dia”. Trata-se de um processo lento, gradual e que leva anos para se adquirir, pois habita o campo da cultura. Uma sociedade que viveu décadas sob a égide da ditadura militar, tendo o autoritarismo como regra, não muda, como num passe de mágica, todos os seus professores e professoras, todos os profissionais da Educação, e os transforma em tolerantes. E se a sociedade, no todo, for intolerante com as minorias, dificilmente o processo educacional será baseado na tolerância. A Educação, em si, a mim me parece mais um processo de domesticação de mentes e corações para adequá-los aos sistemas político e econômico vigentes. O segundo valor, o da liberdade, portanto, em essência, jamais existirá, pois o aprisionamento do indivíduo é um processo que começa na própria família. No papel, a LDBEN apresenta valores interessantes, na prática, porém, transformam-se em “Contos de fadas”.

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