Dia desses minha colega Clara Del Pilar Guzman Daza,
que se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas, chamou-me a atenção para
um problema grave da Educação Superior brasileira: a contratação de horistas
pelas universidades, faculdades e centros universitários. Como a legislação
exige um número muito pequeno de professores com tempo integral, grande parte
das instituições particulares usa e abusa da contratação de horistas. No mais
das vezes, esses professores recebem apenas pelas aulas ministradas. Não há
tempo dedicado ao planejamento e o que se tem é uma espécie de “linha de
produção” da Educação. Como não possuem tempo integral, os professores são
obrigados a correr de uma instituição para outra a fim de obterem renda
familiar mais digna. Quem assim não o fizer, mal ganhará o suficiente para a
sobrevivência. Trata-se de uma Legislação que beneficia os “mercadores da Educação”
e penaliza diretamente os professores e indiretamente os estudantes. É preciso
repensar qual Educação Superior queremos para o Brasil. Atualmente há uma
tendência de monopólio do Ensino Superior nas mãos de cinco ou seis grandes
grupos internacionais e nacionais. O Governo do Partido dos Trabalhadores não
modificou a política “do estado mínimo na Educação”. Ao contrário, refinou os
mecanismos e criou um ambiente propício à proliferação de grandes grupos. Isso
não mudou a qualidade do Ensino Superior e transformou, de vez, a Educação em
simples negócio. Daí os horistas se transformaram em amparo legal para a
exploração dos professores. Lastimável!
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