Muita gente deve ter se
espantado com as informações que circularam de que Bill Gates não deixará nada
da sua fortuna para os filhos. Outros devem se espantar, mais ainda, se visitarem
o site da Bill & Melinda Gates Foudation (Fundação Bill e Melinda Gates) e
verificarem o tanto de projetos sociais, pesquisas e ajudas humanitárias que a
fundação deles incentiva ou patrocina. Faz inveja às obras de muitos países
ditos desenvolvidos. Embora muitos pais contestem, Gates acerta em cheio ao não
deixar nem uma agulha para os filhos. As pessoas precisam, definitivamente se
espelhar nos outros seres vivos para tornarem o mundo melhor. Entre os animais,
o que os pais deixam para os filhos? O mundo. Investir em um mundo mais justo e
melhor, sem desigualdades e problemas sociais graves, não será um caminho mais
lógico? Privar os filhos de degustar o sabor das descobertas e das conquistas
não é um grave erro? Fiquei a pensar cá com meus botões: a atitude de Gates (e
a própria vida, assim como a Fundação) parece ser a confirmação das teorias de Abraham Maslow, sobre as necessidades humanas, e
Adam Smith, sobre a mão invisível do mercado, mescladas. Para Maslow, alimento,
sono, repouso, abrigo e etc. correspondem ao conjunto das necessidades básicas do ser humano. Garantem a sobrevivência do
indivíduo e a preservação da espécie. Em
seguida, estão as necessidades de
segurança: são a busca de proteção contra a ameaça, privação, fuga e
perigo. No campo das necessidades
sociais estão associação, a participação, aceitação por parte dos
companheiros, a troca de amizade, o afeto e o amor. Já as necessidades de autoestima estão ligadas à autoapreciação, a autoconfiança,
necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e
consideração. Envolvem ainda o desejo de força e de adequação, bem como a confiança
perante o mundo, a independência e a autonomia. Por fim, as necessidades de autorealização foram
consideras por Maslow como “as mais elevadas”. Nesse ponto, cada pessoa realiza
o próprio potencial e autodesenvolver-se continuamente. Ao que me parece,
quando diz que não deixará nada para os filhos, Gates a se usar a Pirâmide de
Maslow como base, supre as necessidades básicas, as necessidades de autoestima
e as necessidades de segurança. E deixa a cargo deles conquistar os próprios
espaços no campo das necessidades sociais, de autoestima e de autorealização.
Na tese que defendi em março de 2003, na Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo denominada “Por um clique: o desafio das empresas
jornalísticas tradicionais no mercado da informação – Um estudo sobre o
posicionamento das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes,
em Manaus”, sobre Smith, excplico: “O economista ADAM SMITH (1904),
na obra clássica “An inquiry into the nature and causes of the wealth of
nations” (Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações),
apresenta o conceito da “mão invisível” como o último estágio de evolução do
ser humano. Na visão de SMITH, a “mão invisível” seria capaz de levar o homem a
usar a ambição e o egoísmo para criar o bem-estar geral da comunidade.” Se os
dois teóricos estão corretos, e a mim me parece que sim, a primazia do
capitalismo se explica exatamente por esse ciclo da vida que vai da rapinagem
ao arrependimento: o ser humano (capitalista) nos três primeiros estágios da
pirâmide de Maslow, e para acumular riquezas, é capaz até de explorar
mão-de-obra escrava, crianças. Nos estágios seguintes, até chegar ao que Smith
chamou de “mão invisível”, o homem passa a usar a ambição e o egoísmo com o fim
de criar o bem-estar geral da comunidade. Parecer ser isso!
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