terça-feira, 27 de março de 2012

Autonomia não é sinônimo de tirania


Para alguns dirigentes das universidades federais brasileiras, inclusive, há quem pense assim na própria Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a autonomia universitária significa tirania. Digo isso por participar de alguns colegiados da Instituição e verificar, in loco, que grande parte das pessoas entende que a Constituição do País, bem como todas as demais leis, devem ser rasgadas, pisoteadas e jogadas na lata do lixo, em nome da tão propagada autonomia. Fico a me perguntar se criar os meus filhos com base nessa filosofia da autonomia que se aplica nas universidades é incentivá-los a não respeitar as leis, a rasgar as convenções e sair por aí fazendo o que bem entendem? Evidentemente que não. Entendo que a universidade é o ambiente da contestação, do exercício da liberdade. E jamais deve perder essa característica essencial para o avanço dos saberes. Se há pontos nas leis que merecem contestações, que sejam contestados. Porém, nas instâncias do Estado democrático de direito. Que façamos greves, que enfrentemos os canhões coletivamente, em nome de uma causa. Confundir, no entanto, autonomia com tirania só serve aos próprios tiranos.

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