O modelo de universidade
posto no Brasil por meio do qual as instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão
se transformaram em escritórios de negócios de professores associados em torno
de um Centro ou Órgão Suplementar não é algo gestado pelos professores e
pesquisadores em cada uma das universidades públicas brasileiras. É uma situação
para a qual todos foram levados em função da escassez de recursos públicos e de
uma política brasileira de “estado mínimo na Educação” implantada no Governo
Fernando Henrique e aprimorada no Governo Lula. Processos gerenciais baseados
em produtividade foram implantados em todos os níveis. Com isso, até quem vivia
inocentemente no seu “cantinho”, nas universidades, percebeu, com o surgimento
das “fundações de apoio”, que poderia “engordar” os salários com projetos,
assessorias e captação de recursos. Hoje em dia, a cantilena é “podem fazer o
que quiser ...só me deixem trabalhar”. Esse “só me deixem trabalhar”, na maioria
das vezes, é a forma metafórica que se usa para dizer: “deixem-me ganhar meu
dinheiro aqui com as pesquisas e projetos que tudo correrá às mil maravilhas”. Sonhar
com a universidade na qual as questões sociais e os problemas da comunidade
eram discutidos independentemente de gerarem ou não recursos é utopia. Hoje, na
universidade brasileira, o que não gerar captação de recursos não é mais
prioridade para ninguém. A pesquisa transformou-se em negócio, logo, precisa
gerar retorno (não para a sociedade, é claro), mas, para o “grupo de pesquisa”.
Essa e a universidade pública brasileira atual, quer queiramos ou não.
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