quarta-feira, 7 de março de 2012

"Dedicação Exclusiva não é escravidão"


Fala-se, na universidade brasileira, que o tripé na qual ela (a universidade) está baseada é o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. E não deixa de ser verdade, pois, inclusive, esse é o primeiro critério usado pelo Ministério da Educação (MEC) para que uma Instituição seja reconhecida como Universidade: precisa ter ações nos três domínios. Acontece que isso precisa ser tido e cobrado desde a Chefia do Departamento até à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, pois, o que ocorre hoje, pelo menos na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é que as horas trabalhadas nos programas de Pós-graduação parecem ser “horas da vergonha”, ou sejam: ou não podem ser computadas ou, se as são, é como se causassem constrangimento ao professor que o faz. É como se o professor-doutor tivesse de “pedir perdão” aos colegas de departamento por trabalhar nos programas de Pós. Porém, como bem-diz o meu colega Antônio José Valle da Costa, “dedicação exclusiva não é escravidão”. Não cabe dentro das 40 horas para as quais somos contratados tocar dois projetos de extensão, um de pesquisa, ministrar mais de uma turma em graduação e outra em Pós-graduação, bem como orientar estudantes de PIBICs, graduação e Pós. Há uma Resolução da Ufam que estabelece: nenhum curso pode funcionar com menos de oito professores. Há outra, também, muito clara: professores que desenvolvem atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão só podem ministrar quatro horas de aulas na graduação. Portanto, combinadas, o que as resoluções dizem, indiretamente, é: “cursos que possuem programas de pós-graduação devem ter um professor a mais, além do mínimo, para cada professor que atuar em programa de Pós-graduação”. Em assim não sendo, trata-se de um processo de escravidão sob a batuta do Estado brasileiro. A Ufam tem o dever de fazer valer suas Resoluções e exigir do MEC a contratação de professores para suprir a defasem que existe nos cursos que possuem programas de Pós-graduação. E com urgência!

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