É tola, no fundo
preconceituosa, a visão de que o calouro “não pode ter peso” a ponto de decidir
o futuro da universidade, “por não vivenciá-la”. Paul Feyerabend defende que,
em uma sociedade livre, a participação é fundamental para “gerar aprendizado”. O
processo de formação para o exercício pleno da cidadania, portanto, da
democracia, é lento, gradual e constante. Não se muda comportamentos e práticas
autoritárias por decreto. E uma das práticas mais autoritárias em um processo
que se diz democrático é dar peso aos votos. Houve um tempo em que as mulheres não
tinham direito a nada, muito menos de votarem? Sem os estudantes, a
universidade não existiria. Nós, os servidores, só exercemos nossas funções
plenamente, mais que tudo em sala de aula, se tivemos a partição comprometida
dos estudantes. Essa história de quem entra agora não tem “maturidade” para
decidir é infantil e tola. É mais uma face dessa contradição que perdura na
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), libertária no discurso, porém,
atrasada na prática. Querem prova maior? Demorou 100 anos (tenho dúvidas quanto
a essa idade toda da Instituição) para uma mulher chegar à reitoria. E esse
valor histórico de romper, na prática, com um machismo preponderante não pode
ser negado. Assim como devemos romper, definitivamente, esse preconceito de que
o estudante não sabe decidir. Insisto: o processo é muito mais complexo do que
aparenta. No entanto, o exercício democrático, se não for pleno, trará o
princípio da exclusão, abominável nas sociedades ditas modernas.
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