domingo, 4 de março de 2012

A universidade das minhocas na cabeça


Espera-se de uma universidade pessoas com pensamentos progressistas, que ajudem a comunidade a avançar em cada um dos seus processos, ou seja, na própria forma de ver o mundo. O que se tem na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), quiçá na universidade brasileira, é um pensamento predominantemente mediano e atrasado. Fico a me perguntar? Como uma Instituição com esse tipo de pensamento será capaz de avançar no Ensino, na Pesquisa e na Extensão se não sabe nem separar o joio do trigo. Se não, vejamos. Tornei-me motivo de chacota nas duas vezes em que participei do processo de consulta para a reitoria da Ufam por freqüentar a Divisão de Obras (DO) da Prefeitura do Campus da universidade. Entre piadinhas e risinhos, os maledicentes representantes do que chamo da “vanguarda do atraso”, aliás, a maioria absoluta dos que compõem a comunidade da Ufam, diziam que “se eu fosse reitor iria despachar da DO”. Imbecis, idiotas, mil vezes hipócritas. Essa gente, cujo modo de pensar é mediano, tem minhocas na cabeça e não massa cinzenta. Com todo o respeito que se deve ter às minhocas. Reitor ou não, no meu horário de almoço, faço o que bem entender da minha vida. E enquanto me sentir feliz em almoçar com meus amigos e colegas de trabalho (e jogar dominó, baralho ou o que decidirmos), o farei, independentemente do cargo que ocupar. Esse tipo de gente oca, não faz comentários dessa ordem por outra coisa que não seja o preconceito. Certamente, acham que um reitor não “deve se misturar”. A DO é tão importante para a Ufam quando o Hospital Universitário (HU). E só não sento para jogar dominó com meus amigos e amigas do HU na hora do almoço em função da distância. Não dou o direito a nenhum membro da comunidade da Ufam de se meter em minha vida particular. Cumpro com todos os meus deveres funcionais muito além do que exige a legislação vigente. Meus Relatório Individuais de Trabalho (RITs) e Planos Individuais de Trabalho (PITs) apresentam, e são aprovados pelo Departamento no qual sou lotado, aproximadamente 70 horas de trabalhos semanais. Jamais deixei de dar conta das obrigações funcionais. Desonesto é passar o dia criticando as outras pessoas e, no final do ano, não produzir nenhum artigo científico, isso para professores-pesquisadores ou, no caso, de alguns técnicos, passar a vida inteira e não aprender nem a virar todas as cartas do jogo de paciência, no nível de iniciante, instalado nos computadores. A universidade é o lócus da liberdade, de se desenvolver o pensamento acima do que a maioria considera a média. É essa visão hipócrita e medíocre de vocês que atrasada a universidade. Quem gasta tanto tempo a me criticar por jogar dominó na hora do almoço com meus amigos deveria mesmo era cumprir minimamente com o horário de trabalho e as obrigações para as quais foram contratados. Garanto que a Ufam seria melhor e a sociedade teria motivos de sobra para se orgulhar de vocês. De minha parte, “vão se catar e trabalhar”.

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