segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Educação que é quase superior

Entre nós, os professores e professoras das universidades brasileiras, há os que enchem a boca e estufam o peito para dizer que "trabalham na Educação Superior". Parecem esquecer que este "superior" não se relaciona com o fato de sermos "melhores" que ninguém. Estamos, apenas, no topo, ou seja, em cima, na cadeia de importância que a sociedade dá à Educação. A nomenclatura que nos empurra a nos sentirmos "melhores", no entanto, é baseada em uma perspectiva do olhar extremamente hierarquizada. E, talvez, por estarmos aqui no topo (poderia dizer lá no topo, se eu estivesse, digamos, na base da pirâmide educacional), esquecemos que, em se tratando de uma pirâmide (lá vem de novo essa tal de perspectiva do olhar) a base não apenas sustenta, mas também, alimenta o topo. A primeira "revolução" na Educação brasileira é mudarmos essa perspectiva do olhar de que somos o topo da pirâmide. E, ainda que sejamos, sem uma base sólida, o topo se esvai. Vira pó junto com a base. É como um prédio em demolição, quando as bananas de dinamite tiram a sustentação e tudo cai. Será que ainda não conseguimos perceber que "fazer a nossa parte" aqui em cima e não ligar para a base, é o que nos fragiliza? Nossa quase educação superior parece nos cegar. Somos partes de um todo que chama de Educação. O todo a nós pertence em todas as suas dimensões. Temos de agir lá na base para que haja, efetivamente, um "processo de educação" no País. Aqui, no andar superior, não é o céu. Que tal nos incluirmos no problema e começarmos a fazer algo para mudar a nossa própria perspectiva do olhar?


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