Entre
nós, os professores e professoras das universidades brasileiras, há os que
enchem a boca e estufam o peito para dizer que "trabalham na Educação
Superior". Parecem esquecer que este "superior" não se relaciona
com o fato de sermos "melhores" que ninguém. Estamos, apenas, no topo,
ou seja, em cima, na cadeia de importância que a sociedade dá à Educação. A
nomenclatura que nos empurra a nos sentirmos "melhores", no entanto,
é baseada em uma perspectiva do olhar extremamente hierarquizada. E, talvez,
por estarmos aqui no topo (poderia dizer lá no topo, se eu estivesse, digamos,
na base da pirâmide educacional), esquecemos que, em se tratando de uma
pirâmide (lá vem de novo essa tal de perspectiva do olhar) a base não apenas
sustenta, mas também, alimenta o topo. A primeira "revolução" na
Educação brasileira é mudarmos essa perspectiva do olhar de que somos o topo da
pirâmide. E, ainda que sejamos, sem uma base sólida, o topo se esvai. Vira pó
junto com a base. É como um prédio em demolição, quando as bananas de dinamite
tiram a sustentação e tudo cai. Será que ainda não conseguimos perceber que
"fazer a nossa parte" aqui em cima e não ligar para a base, é o que
nos fragiliza? Nossa quase educação superior parece nos cegar. Somos partes de um
todo que chama de Educação. O todo a nós pertence em todas as suas dimensões. Temos
de agir lá na base para que haja, efetivamente, um "processo de
educação" no País. Aqui, no andar superior, não é o céu. Que tal nos
incluirmos no problema e começarmos a fazer algo para mudar a nossa própria
perspectiva do olhar?
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