Convivem
hoje, nem sempre pacificamente, duas universidades no sistema brasileiro de
Educação Superior: a que volta os olhos para a sociedade e a que se preocupa
vorazmente com a Sociedade Anônima (S/A). A primeira é pública, financiada com
recursos públicos e se preocupa em devolver em benefícios o que a sociedade
nela investiu, nem sempre com números expressivos dos acertos. Do outro lado,
fica a Universidade da Sociedade Anônima (S/A) que, invariavelmente, apresenta
grandiosos números dos resultados obtidos, prêmios e premiações em concursos e
bolsas, "financiadas com recursos das empresas parceiras", fazem
questão de dizer os que dirigem essas ilhas ditas de excelência, como se
negassem a importância dos recursos públicos. Nitidamente, há uma relação
promíscua entre o público e o privado, patrocinada pelo próprio poder público,
ao admitir a possibilidade de convivência entre o privado e público nesta
"universidade híbrida" que começa a surgir. Quer saber como detectar
um ser privado fincado em um ente público como uma universidade, por exemplo?
Simples! Observe quantos desses projetos e produtos gerados beneficiam a
própria comunidade universitária, melhoram seus processos, o atendimento e a
relação com a comunidade em geral. Se os números forem próximo do empate,
podemos admitir que exista a tal "parceria público-privada". Se, no
entanto, a balança pender para o lado das chamadas "empresas
parceiras", o que se tem, na prática, é a S/A dentro da universidade, nem
sempre de forma anônima. Não sou contra as parcerias, mas, quando a relação é
promíscua, o que se tem é o uso de recursos e espaços públicos travestidos de
públicos, mas, na prática, totalmente particulares, a beneficiar as ditas
"empresas parceiras". Essa é a forma que muitos encontram de usar
políticas públicas criadas com o intuito inicial de reforçar o que é público,
mas, que passam a beneficiar particulares.
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