O
slogan "universidade pública, gratuita e de qualidade" é muito bonito
como bordão dos movimentos sindicais, principalmente da categoria da qual faço
parte, os professores e professoras das universidades brasileiras. Devemos, no
entanto, inclusive nós e a sociedade, ter clareza de que ser pública, no caso
da universidade, não significa que se trata de uma organização, sem dono. Ser
servidor público é ter como patrão a sociedade. Logo, a sociedade também é a
"dona" da universidade e seus professores, técnicos e estudantes,
indiretamente, são acionistas, pois, pagam impostos, os quais, financiam as
instituições públicas, inclusive, as universidades. Logo, ser pública, não
significa, também, que seja gratuita. Há um custo, altíssimo, bancado pela
própria sociedade. O uso do termo "gratuito" no bordão, quer
significar "uma universidade na qual não se paga mensalidades". Em
forma de impostos, porém, essa mensalidade é compulsória. Principalmente para
os trabalhadores que sentem a "mordida do Leão" constantemente. Daí
decorre a responsabilidade maior que se tem de ter em relação às universidades,
principalmente por parte de nós, os professores e professoras. Trabalhamos nela
e somos acionistas. Ou cuidamos de prestar um bom serviço, principalmente em
sala de aula, mas também no atendimento, que deve ser sempre gentil, às
pessoas. É o mínimo que se espera de um "dono" que trabalha na
própria empresa e quer vê-la respeitada.
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