A
Educação superior brasileira convive com um problema que considero gravíssimo e
que afeta todo o sistema: o controle das entradas, principalmente nas
universidades federais, é extremamente rígido, e, as saídas, no mais das vezes,
gelatinosamente flácidas. Por princípio, considero que nem deveria haver
processo seletivo nenhum nas "entradas" se as saídas fossem
rigidamente controladas, não apenas na Educação superior, mas, em todos os
níveis. Acontece que até as políticas públicas são baseadas nos números de
egressos, ou seja, baseadas nas "saídas". Como não se aplicam a
avaliação em nenhum dos níveis, o que se tem é um mero processo de medição cujo
discurso é o da meritocracia. Mede-se muito, raramente se avalia. Ao longo da
vida, o estudante é obrigado a se submeter a um sem número de testes e provas
que, no ano seguinte, não valem nada. O acumulo de medições feitos nos dois
níveis, Básico e Médio, é totalmente jogado fora na hora do antigo vestibular,
hoje Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Vive-se uma espécie de
esquizofrenia da medição. Ou se muda essa estrutura carcomida e se avança para
um efetivo processo de avaliação ou teremos o brejo como destino.
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