Durante
a última disputa para a Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) li
algumas aberrações e respondi poucas. Em uma delas, o professor criticava
"o candidato" que entrou na sala dele para "discutir os
banheiros da Ufam". A postagem do professor era soberba. Não pela
qualidade do texto ou das argumentações. Mas, exatamente pela soberba
demonstrada no modo de tratar o assunto. O tal professor encerrava a postagem
elogiando os candidatos da última disputa por não tocarem no tema. Como se, com
isso, o assunto saísse de pauta. Não saiu e, tomara, um dia saia! O candidato
daquela época, abril de 2004, era eu. Nove anos depois, o assunto só morreu ou
é motivo de galhofa na prepotência do professor. A manutenção dos banheiros da
Ufam é um dos maiores problemas enfrentados pela Prefeitura do Campus (PC). E
sabem o porquê. Por que a comunidade (e não especificarei nenhum dos segmentos)
os destrói em menos de 10 dias. Pasmem, leitores e leitoras! É exatamente o que
leram: banheiros são recuperados e, em menos de 10 dias, novamente destruídos.
E o soberbo professor sentia urticária quando se falava do assunto. Evidentemente
que, embora sem citar nomes, o que o soberbo professor pretendia era me
ridicularizar por, tanto à época quanto hoje, usar a metáfora dos banheiros
para apontá-los como um indicador forte da "nossa falência coletiva"
como locus da Educação. Milhões e milhões de recursos públicos descem pelos
ralos das universidades em função da manutenção permanente de um espaço do qual
os membros da comunidade surrupiam do papel higiênico à tampa do vaso
sanitário. Nas duas consultas das quais participei, ressaltava a minha decepção
de ter de discutir banheiros no lugar de grandes temas da Educação. Ainda fico
extremamente incomodado em ter de trazer este tema de volta. Mas, algo precisa
ser feito. Não podemos desperdiçar tanto recurso público com um assunto que
depende de educação doméstica básica. Se na universidade ainda temos de enfrentá-lo,
paciência. É o ônus resultante da nossa estreita visão de Educação e suas
divisões em níveis.
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.