sábado, 17 de agosto de 2013

A estrutura que mata os gênios

Chavões como o de que o mundo é a melhor universidade e as ruas são suas salas de aula podem impressionar pela aparente profundidade. E, talvez, até o sejam mesmo. Discordo, porém, desta metáfora da sala de aula como lócus da aprendizagem. Ao contrário, há muito que a sala de aula é o pior ambiente para o desenvolvimento da aprendizagem e, mais ainda, da criatividade. A sala de aula tradicional, aliás, termina por se tornar uma espécie de "cemitério de gênios". Qualquer estudante que esteja acima da média da mediocridade pré-estabelecida pelos tradicionais "planos de aula" corre o risco de ser obrigado a se "mediocrizar" para não ser ridicularizado pelos próprios "professores". Quem já não ouviu do filho que a professora (ou o professor) "não gosta" dele? No geral, o que se ouve é que existem estudantes que "querem saber mais que os outros". Não se pode imaginar que estes estudantes são mais criativos e dominam melhor "os conteúdos", digamos, planejamos para aquela aula específica? A estrutura não estaria matando os gênios? Muito provavelmente sim. O modelo educacional aplicado no Brasil é inflexível, elege a sala de aula como o "centro do universo do saber" e castra que foge ao "modelo de estudante" preestabelecido nos gabinetes. É preciso repensar o que estamos a fazer no processo educacional brasileiro para, ao invés de formarmos, apenas formatarmos.


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