Para
quem conheceu recentemente a estudante de Medicina da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), Renata Lobato, de 23 anos, receber a notícia da sua morte, na
madrugada de domingo, por volta das 3h40, da madrugada, à Avenida Torquato
Tapajós, foi um choque. Ver, hoje pela manhã, as imagens do carro dela, nos
jornais locais de TV e impressos aumentou a minha sensação de impotência diante
da morte e da vida. Quando a terra perde algum dos seus seres, lamenta-se
profundamente. Ainda mais por se tratar da namorada de um amigo, filho de um
mais amigo ainda, todos esses laços construídos desde a minha época de
estudante de graduação da Ufam. Paulo Castro, pai do Victor Castro, que perdeu
a namorada, foi meu colega de turma no curso de Comunicação Social, habilitação
em jornalismo. Victor Castro, ao final de uma disciplina que havia concluído
como estudante, promoveu uma confraternização na casa da sua mãe e foi lá que
conheci Renata Lobato. Conversamos por algum momento e deu para perceber a
importância dela na vida do Victor. A morte é brutal e incompreensível em todas
as situações, embora seja a única certeza da vida. Mas, há uma dúvida que me
atormenta: o que faria Renata estar a 120km/h a ponto de a imagem do carro já
provocar a sensação de dor? Não se sabe, talvez nunca se saiba, uma vez que ela
morreu. Lembrei-me, porém, que a pista, exatamente onde ela se tornou a segunda
vítima em pouco tempo, é a descida de uma ladeira na qual, naturalmente, o
veículo já "pega o embalo". E mais, o asfalto do local é de péssima qualidade,
o que provoca dificuldades imensas de aderência, mesmo que o solo não esteja
molhado. Qualquer que tenha sido o motivo da morte de Renata Lobato, o poder
público não pode se furtar em realizar um estudo urgente naquele local e
instalar algum tipo de redutor de velocidade, além de cuidar da qualidade do
asfalto na pista para evitar novas mortes. O acidente com Renata não pode se
transformar apenas em uma estatística. Há problemas na pista e isso deve ser
estudado imediatamente.
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