domingo, 9 de setembro de 2012

A inocência de alguns neófitos na greve


Fui alertado por um colega, Marcelo Abreu, de que poderia estar em jogo, já, a sucessão para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). E que o fato de permanecer em greve seria uma tática para desgastar o ANDES-SN. Confesso, sou neófito nessa “guerra interna dos sindicatos” e isso nem me passou pela cabeça. O que me moveu durante todo o período dessa greve foi a luta por uma carreira digna e por melhores condições de trabalho. Jamais imaginei uma diretoria do Andes-SN, muito menos a reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). As duas coisas não podem e não devem ser misturadas. Porém, imaginar que todos os participantes desta greve que é histórica por ser a maior na histórica do sindicalismo público deste País não pode ser avaliado inocentemente. E, talvez, tenha cometido esse erro. Há uma corrente de petistas arrependidos e de petistas assumidos em todos os sindicatos. Inclusive, o ANDES-SN. Não sejamos ingênuos, portando, em imaginar que iremos afetar o Governo neoliberal do Partido dos Trabalhadores (PT) e da presidente Dilma Rousseff. Ela navega em um índice de popularidade inimaginável. E não será atingida, em nenhum momento, pela greve dos professores professoras. Essa certeza; talvez, tenha sido o combustível que a empurrou a tratar os professores e professoras em greve como se fossem nada. Retornar estrategicamente para as salas de aulas e convencer, dia-a-dia, nossos colegas professores e estudantes de que o PL 4.368/2012 é uma catástrofe para a universidade pública brasileira pode ser um caminho mais inteligente no momento. Sou terminantemente contra sair da greve agora. No entanto, seguirei e defenderei até a morte a decisão tomada pela maioria. Se não conseguir meus pares da necessidade de continuar, tenho de me submeter à decisão da maioria. Caso não, baterei de frente contra a democracia burguesa. Muito embora, atualmente, tenha críticas ao modelo, não rompi com ele. Portanto, é digno e honesto me curvar à decisão da maioria ainda que seja contra ela. Esse será o caminho que tomarei.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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