O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT) não respeitou a decisão dos professores e
professoras em greve daquela universidade e antecipou para o dia 24 de setembro
de 2012 o retorno às aulas. Em Assembleia Geral, os professores tinham decido que
o retorno às atividades somente se daria no dia 1 de outubro de 2012. A
Resolução 53, de 20 de setembro de 2012 está disponibilizada no Blog
Focaia:
RESOLVE:
Artigo
1o– Aprovar a retomada das atividades de
ensino de graduação presencial para o dia 24 de setembro de 2012.
Artigo
2º- Recomendar às unidades acadêmicas as
orientações abaixo:
a – o
calendário poderá permitir a revisão dos conteúdos ministrados;
b – nas duas primeiras semanas de aulas não deverão ser
aplicadas provas e outros tipos de avaliação;
c – até o final da segunda semana de aula os docentes
responsáveis pelas disciplinas deverão divulgar aos discentes o novo plano de
ensino e o calendário de atividades e de avaliações.
Artigo
3º - Esta Resolução entra em vigor a partir desta data,
revogando-se as disposições em contrário.
Há pontos que devem ser examinados com cuidado porque o que foi
aprovado em Mato Grosso talvez seja uma tendência nas demais universidades e o
Consepe da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ainda não se reuniu. Uma
delas é a letra b: “nas duas primeiras semanas de aulas não deverão ser
aplicadas provas e outros tipos de avaliação”. Será, por exemplo, que os
professores e professoras não poderão cobrar a entrega e apresentação de
trabalhos que estavam previstos para a semana seguinte do início da greve? Ao
que se sabe, a greve era de ocupação. Os estudantes tiveram ou não tempo
suficiente para deixar todos os trabalhados em dia? A letra c também é
problemática, por falar em novo plano de ensino e calendário de avaliações: “c
– até o final da segunda semana de aula os docentes responsáveis pelas
disciplinas deverão divulgar aos discentes o novo plano de ensino e o
calendário de atividades e de avaliações”. Parece óbvio que a retomada das
atividades deve ser do ponto em que foram suspensas, com a greve. Não se vai
iniciar uma nova disciplina, apenas retomar as atividades que estavam em curso.
Complicar o que é simples e deve ser feito de forma responsável e ética não me
parece ser um bom caminho a se seguir.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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