Quem vive intensamente a vida universitária como eu o faço e defendo
tem o direito de discordar. Como indivíduo, não sou obrigado a concordar com
nenhuma decisão tomada por um grupo, muito embora, como militante ativo de um
movimento grevista e participante permanente do Comando Local de Greve (CLG)
tenha de me submeter ao que a maioria decidir. Foi assim para “entrar em greve”
no dia 17 de maio de 2012 e o será na hora que a maioria absoluta decidir
voltar ao trabalho. Balançar a cabeça e seguir como “vaquinha de presépio” nunca
foi minha postura. E jamais o será! Fiz parte do Comando Nacional de Greve
(CNG) como representante do CLG-Adua por 15 dias, em Brasília. Em nenhum
momento tomei decisões que não tenham sido tiradas das bases. Quem estava lá
não era o indivíduo Gilson Vieira Monteiro. Era um representante do coletivo
denominado Assembleia Geral, no caso permanente, da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam). Assim funciona, assim tem de ser. O CNG encaminhou às bases
uma consulta. E é tão salutar o exercício de “discordar” que a maioria votou
pela permanência em greve por tempo indeterminado. Será que essa maioria “desqualificou”
as ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(ANDES-SN)? É bom que fique claro uma coisa: Andes-SN e Adua-SS não são nem o
CNG nem o CLG? A greve nacional é tocada por um CNG que tem como parte dele a
diretoria do Andes-SN. Não se confunde com ele (Andes-SN). Há, porém, algumas
ratazanas que se ufanam em se manter no anonimato e tentam esses sim, desqualificar
a crítica feita a quem decidiu pelo fim da greve agora. É um direito
inalienável o da crítica. Ainda mais dentro de uma universidade, mais ainda, em
um movimento que “grita” pela democracia. Ou será que quem faz parte desse
movimento e promove gritos em favor do livre pensar age, porém, como nas
casernas e joga às masmorras quem do líder discordar. Ao que se sabe, as organizações
militares ou paramilitares nunca primaram pela democracia, pelo livre pensar. Quem
me conhece sabe. Durante a vida inteira bati de frente contra o a
menina-dos-olhos da esquerda delirante: o centralismo democrático. Faço isso de
peito aberto. Não aceito, porém, insinuação de quem vive nas sombras,
esconde-se no anonimato, não tem coragem de mostrar a cara, ainda que fosse de um
membro atuante do CLG, membro histórico do movimento e participante da maioria
das Assembleias da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas
(Adua-SS). Isso é coisa de covarde! Quer dizer que quando, lá de Brasília,
participante do CNG, publiquei, dia 7 de julho de 2012, Carta
aberta ao secretário Sérgio Mendonça, prestava para o movimento? E no dia
10 de julho de 2012, ao publicar Carta
aberta de um professor superotimista à presidenta Dilma, expondo minha cara
a tapa, aí sim, estava bom para os grevistas e para a greve? Não sou escravo do
CNG nem do CLG. Lutei anos e anos para construir uma carreira profissional e
uma reputação dentro da Ufam em defesa da liberdade, do direito de as pessoas
manifestarem o pensamento. Faço isso, porém, sempre de cara limpa. Até fui
agredido em pleno auditório do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL)
por defender e praticar o direito à crítica. Quem, dentro de uma universidade,
opta por viver nas trevas do anonimato como ratazana de porão, tem um motivo de
orgulho: a própria covardia. Gritar e alertar para o que escrevo na tentativa
de me “jogar” contra o Andes-SN e a Adua-SS por discordar dos rumos tomados no momento
da saída da greve, é desqualificar o trabalho que desenvolvi durante todos os
mais de 100 dias da greve. Trata-se de uma covardia sem igual. Tenho como
cidadão e professor universitário, o direito de discordar de quem quiser,
inclusive da presidente do País. Quando achar que o Andes-SN e a Adua-SS não me
representam mais, perderam a legitimidade para tal, faço algo simples: peço a
desfiliação. Basta eu desconfiar, por exemplo, que críticas anônimas como as
que li, partiram de gente de dentro da diretoria da própria Adua-SS. Não tenho
fígado para engolir covardes que batem nas tuas costas, te elogiam, e, no
anonimato, tentam “te queimar”. Penso que, de uma greve na qual todos lutamos
pela liberdade, inclusive de criticar, o exercício da crítica tem de ser algo
saudável e engrandecedor. E não um cutelo a desqualificar as entidades que nos
representam. Volto a dizer: quando as entidades das quais faço parte não me
representarem mais, naturalmente sairei delas. É um direito líquido e certo que
tenho, como o de discordar. No mais, o limbo a quem opta por viver no lixo!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.