quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O ataque contra a política de quotas sociais


Quem ninguém se iluda! Haverá um ataque maciço, de todos os lados do espectro político, ou seja, à esquerda e à direita, contra s política de quotas sociais de 50% aprovadas pelo Senado federal e a serem implantadas nas universidades federais. Os argumentos serão os mais variados, porém, de pouca sustentação. O que se tem de entender é que essa política de quotas sociais é uma tentativa de se corrigir uma das maiores aberrações da política educacional do País: as universidades públicas são lugares dos “filhos das famílias abastadas” enquanto as instituições particulares recebem os filhos das famílias mais humildes. Como as universidades públicas não cumprem seu papel social, este é cumprido, com lucros escandalosos, pelas universidades particulares. Ao destinar 50% das vagas nas universidades federais aos estudantes que concluíram todo o Ensino Médio em escolas públicas, a Lei corta, pela metade, “a galinha dos ovos de ouro” das particulares. O argumento de que “obrigar” os professores a oferecerem disciplinas de “nivelamento” para esses estudantes oriundos das “quotas” afetará a “qualidade” dos atuais cursos de graduação é reacionário e falacioso. Parte, no mais das vezes, de pessoas que são convictamente contra qualquer política de quotas, sem, no entanto, aprofundarem os conhecimentos sobre o assunto. Para quem não sabe, o “nivelamento” é uma exigência do Ministério da Educação (MEC) em quaisquer dos cursos de graduação do País. Trata-se, inclusive, de item de avaliação constante nos formulários do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). As instituições particulares promovem o nivelamento para a grande maioria dos seus estudantes exatamente porque são provenientes de escolas públicas, trabalham durante o dia e pagam para estudar. Quer dizer que para “dar lucro” a prática é perfeitamente aceitável, porém, caso seja política pública de afirmação tem de ser condenada? Não se deve esquecer que, no capitalismo, as mesmas chances na hora da largada não existem. Condenar a política de quotas sociais é fechar os olhos para a enorme vala que existe entre ricos e pobres e fingir que a disputa pelas vagas nos vestibulares e, agora, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre nas mesmas condições. Trata-se de um argumento falacioso que serve muito bem pata manter o status quo. Mais nada!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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