Quem ninguém se iluda! Haverá um ataque maciço, de todos os lados do
espectro político, ou seja, à esquerda e à direita, contra s política de quotas
sociais de 50% aprovadas pelo Senado federal e a serem implantadas nas
universidades federais. Os argumentos serão os mais variados, porém, de pouca
sustentação. O que se tem de entender é que essa política de quotas sociais é
uma tentativa de se corrigir uma das maiores aberrações da política educacional
do País: as universidades públicas são lugares dos “filhos das famílias
abastadas” enquanto as instituições particulares recebem os filhos das famílias
mais humildes. Como as universidades públicas não cumprem seu papel social,
este é cumprido, com lucros escandalosos, pelas universidades particulares. Ao
destinar 50% das vagas nas universidades federais aos estudantes que concluíram
todo o Ensino Médio em escolas públicas, a Lei corta, pela metade, “a galinha
dos ovos de ouro” das particulares. O argumento de que “obrigar” os professores
a oferecerem disciplinas de “nivelamento” para esses estudantes oriundos das “quotas”
afetará a “qualidade” dos atuais cursos de graduação é reacionário e falacioso.
Parte, no mais das vezes, de pessoas que são convictamente contra qualquer
política de quotas, sem, no entanto, aprofundarem os conhecimentos sobre o
assunto. Para quem não sabe, o “nivelamento” é uma exigência do Ministério da
Educação (MEC) em quaisquer dos cursos de graduação do País. Trata-se,
inclusive, de item de avaliação constante nos formulários do Instituto Nacional
de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). As instituições particulares
promovem o nivelamento para a grande maioria dos seus estudantes exatamente
porque são provenientes de escolas públicas, trabalham durante o dia e pagam
para estudar. Quer dizer que para “dar lucro” a prática é perfeitamente
aceitável, porém, caso seja política pública de afirmação tem de ser condenada?
Não se deve esquecer que, no capitalismo, as mesmas chances na hora da largada
não existem. Condenar a política de quotas sociais é fechar os olhos para a
enorme vala que existe entre ricos e pobres e fingir que a disputa pelas vagas nos
vestibulares e, agora, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre nas
mesmas condições. Trata-se de um argumento falacioso que serve muito bem pata
manter o status quo. Mais nada!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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