A ideia de que investimentos maciços em Ciência e Tecnologia (C&T)
são capazes de melhorar qualidade geral da Educação no País, se não ingênua, é
carregada de má-fé. Não há exemplo em nenhuma economia de mercado, e saudável,
na qual o Estado seja o único responsável pelos investimentos em C&T. É da
natureza desses investimentos serem de risco, aliás, de altíssimo risco, por
isso, promovem retorno excepcionais. Faz parte da essência do capitalismo. O
modelo misto que se quer implantar no Brasil, com o incentivo às parcerias
entre as universidades e as empresas privadas é desequilibrado: deixa o risco
nas mãos do Estado, por meio das suas representantes, as universidades, e os
lucros nas mãos das empresas. Esse tipo de modelo nem melhora o capitalismo
praticado no Brasil, nem a Educação do País. Sem que haja investimento em
qualidade do processo de aprendizagem em todos os níveis não se chegará a
produzir “gênios e cientistas” de primeiro mundo. Eleger “Ciência e Tecnologia”
como ícones para melhorar a vida do cidadão comum é utopia (ou, como disse
anteriormente, má-fé). Sem participação política, exercício pleno da cidadania,
portanto, vida democrática, uma Nação não se firma como “opção ao próprio
Capitalismo”, como parece ser o desejo do Brasil. Só seremos um País forte em “Ciência
e Tecnologia” quando houver investimento equilibrado em todos os níveis da
Educação, os quais, antes de tudo, promovam o crescimento das pessoas como gente.
Tecnologias puras e simples, muito menos a Ciência, mudam a vida das pessoas.
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