Ontem, na Assembleia realizada a partir das 15h, dos professores e
professoras em greve da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no Auditório
da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS), aprendi uma coisa: há sim,
diferença substancial, ainda que seja para inglês ver, entre saída de greve e suspensão unificada da greve. Para mim,
não passa de tucanar o termo saída, ou, como diria o personagem das histórias
em quadrinho Leão da Montanha, “saída pela direita”. Não passa de balela e puro
eufemismo esse discurso de que ganhamos algo. A saída da greve agora é a mais
humilhante e acachapante derrota da luta sindical dos últimos anos da história
deste País, como diria Luiz Inácio Lula da Silva. Concretamente, o que
ganhamos? N. A. D. A. Sairemos da greve fingindo que “suspensão unificada” é
algo diferente de “saída” como forma de esconder a nossa incapacidade de
indignação e revolta contra um processo escabroso de “negociação” levado a
efeito por um governo dito dos trabalhadores, que, no entanto, é, totalitário e
intransigente. Seremos obrigados a sair da greve pior do que entramos? Com um
plano de carreira indigno e que solapa nossos direitos adquiridos? Na
Assembleia de ontem aprendi que “suspensão da greve” não é a mesma coisa que
saída. Mais ainda: aprendi que não existe saída honrosa para esta greve, na
situação em que chegamos. Quer dizer que lutar, fazer valer suas convicções e
manter o movimento não é honrado? Penso diferentemente da maioria dos colegas.
Sair agora da greve com “uma mão na frente e a outra atrás” é humilhante e
vergonhoso. Levar uma categoria a entrar em greve e protagonizar a maior e mais
relevante greve de professores e professoras da história deste País e depois
recuar como cordeiro amestrado é mais indigno que permanecer no movimento. Sou
do time que defende a luta até o fim, mesmo que sejamos derrotados na guerra.
Se os meus colegas estão corretos de que “não há saída honrosa” para greve,
sair dela agora é assumir publicamente nosso fracasso e nossa humilhante
derrota. Isso não o farei! Morrerei na luta! Posso até me submeter ao desejo da
maioria e voltar humilhado ao trabalho. Só não assumirei que este é o melhor
caminho. No dia 31 de agosto de 2012, o Governo mandou ao Congresso o PL
4.372/2012 que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da
Educação Superior (INSAES). Não duvido que essa seja a entidade a nos avaliar e
supervisionar daqui para a frente. Certamente, será dirigida por muitos dos componentes
da Federação-fantasma que forjou o acordo com o governo. Morro a lutar e a defender
a continuidade da greve. É a minha honra! Ainda que digam não existir honra
numa hora dessas. Prefiro continuar firme na luta a assumir publicamente a
desonra de sair de uma greve pior do que entrei!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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