Não bastasse o fato de o Sindicato dos Professores das Universidades
Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) conseguir, no Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) – 10ª Região, se desvincular do Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e passar a ser, oficialmente, o
único representante os professores das universidades federais naquele estado, professores
do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) discutem a criação de uma seção
sindical, a se filiar a um sindicato, que represente apenas a categoria docente
do IFMT. Os professores não concordam com a forma de como o Sindicato Nacional
dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica
(Sinasefe) conduziu o final da última greve. A tão sonhada unidade dos
servidores públicos federais, a cada dia não passa de utopia. Na prática, e
essa greve também foi didática ao demonstrar isso, não existe unidade nem na
luta. Por convicção, sou terminantemente contra o pensamento único. Transgressões
são essenciais para que as sociedades avancem. Como estratégia de luta, no
entanto, quanto mais os sindicados se fragmentarem, tanto mais o governo, que
no caso dos servidores públicos federais, gerencia a empresa do patrão maior, o
povo, ganha forças. O problema é que os governos das nações, ao invés de
representar os interesses do povo, portanto, do patrão, passaram a representar
única e exclusivamente os interesses do capital internacional. E uma das
diretrizes básicas do capital para enfraquecer as categorias é incentivar “o
neoliberalismo sindical”, ou seja, a cisão. Do ponto de vista estratégico, a
mim me parece, o caminho mais lógico seria reforçar ainda mais os sindicatos
nacionais, talvez por categorias, e, nesse caso, os professores da UFMT tem
razão, mas não perder o horizonte efetivo da unidade na luta. Sem isso, estamos
fadados a acumular derrotas e cisões a cada nova greve.
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