Por mais que se diga que não, o modelo de financiamento da Educação
superior no Brasil tem uma dose de neoliberalismo. A avaliação ad hoc de
projetos e a liberação do financiamento diretamente na conta dos pesquisadores,
a meu ver, são características que aproximam o modelo da prática neoliberal: o
da “livre concorrência” entre os pares. Não se trata de avaliarmos esse tipo de
operação como melhor ou pior. O certo, porém, é que esse tipo de prática dá
mais agilidade ao processo de compra de equipamentos e ao uso dos recursos
públicos. No entanto, afrouxa o processo de fiscalização do uso desses mesmos
recursos uma vez que a compra de equipamentos e a contratação de serviços de
pessoas físicas e jurídicas são feitas diretamente pelo próprio pesquisador. O
uso correto ou não dos recursos públicos, neste caso, depende da ética do
próprio recebedor dos recursos. Sem emitir nenhum tipo de julgamento moral, o
que se tem, ao fim de tudo, é uma sobrecarga de trabalho de quem “vence” os
editais públicos na hora de prestação de contas e dos relatórios. O que se tem
de avaliar, portanto, é se essa aplicação do modelo neoliberal à Educação, faz
bem ou não ao financiado. Reconhecidamente, dá mais agilidade ao processo de
compra e contratação de serviços. No entanto, tira das universidades e passa ao
pesquisador a responsabilidade pelo uso correto dos recursos públicos. Tenho lá
minhas dúvidas se essa é a melhor forma de liberar recursos públicos para
Ciência e Tecnologia. Mas, é o que existe e com o qual temos de conviver. Em
grande parte das vezes, com muitos sacrifícios pessoais.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.