Ninguém se iluda! A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(EBSERH), cuja sigla curiosamente também poderia servir para denominar uma
possível Empresa Brasileira de Recursos Humanos, é uma porteira aberta para, em
um futuro não muito distante, se criar a Empresa Brasileira de Serviços
Educacionais (EBSEREDU) com a finalidade de administrar as universidades
públicas brasileiras os institutos federais de educação. Ao desembarcar no
Ministério da Educação (MEC), Aloizio Mercadante tinha essa ideia fixa.
Propunha que a educação superior fosse para o Ministério da Ciência e
Tecnologia, que aliás, é uma ideia original a do senador Cristóvam Buarque, e
que empresas resultantes de parcerias público-privadas administrassem as
universidades. A ideia não vingou à época, mas, não significa que esteja morta.
Talvez, como estratégia, fique a hibernar em alguma gaveta do MEC até que “passem”
as primeiras empresas hospitalares. E esse é o grande motivo para não cruzarmos
os braços e participarmos, amanhã, durante o dia, de todas as atividades contra
“a privatização dos hospitais universitários” brasileiros. Via de regra, a
estratégia usada pelo Governo, desde a época de Fernando Henrique Cardoso (FHC)
é seduzir as instituições com o discurso de que “quem não aderir não terá
verbas”. Como, também via de regra, os hospitais universitários sobrevivem à
míngua, reitoras e reitoras terminam por ceder à pressões de Brasília e
trabalham, conjuntamente com as unidades as quais estão ligadas os hospitais, a
aceitarem essa espécie de chantagem que é a imposição das empresas
hospitalares. Não devemos nos deixar enganar: não demora e vão criar
organizações sociais para atuarem nas universidades brasileiras. O máximo que
conseguiremos, como categoria, é, talvez, montar uma cooperativa de
professores-doutores-pesquisadores para prestar serviços ao Estado. A carreira
proposta no Projeto de Lei 4.368/2012, aliás, apresenta alguns flashes de como “funcionará”
essa nova carreira de cooperativados: só quem tiver título e tempo de titulação
delas poderão participar. Preservar os hospitais universitários é preservar o
futuro da própria categoria na luta para vencer essa política de estado mínimo
na educação reafirmada por todos os governos que passaram pelo Planalto desde a
chamada Era FHC.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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