Além da estratégia institucionalizada de chantagear suas Instituições de
Educação Superior (IES), o Governo Federal, aplica outra com mestria: implantar
a reforma universitária sem que se tenha de discuti-la no conjunto. Com isso
espalham uma nuvem capaz de obscurecer a visão dos movimentos sindicais dos
servidores. Estratégia tão vergonhosa e reprovável, por exemplo, foi dividir as
categorias e negociar em separado. Do ponto de vista do Governo, mostrou-se a
mais eficaz. Esfaceladas, as categorias acumulam derrotas, longas negociações
que, ao final, terminam com ganhos quase irrisórios do ponto de vista salarial.
A combinação dessas duas estratégias, da chantagem e de esfacelar a “reforma
universitária”, fica escondida em cada movimento do Governo. Foi assim no Programa
de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI)
e, também, é assim com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
Também aconteceu com a criação das fundações de apoio e, certamente, ocorrerá
quando propuserem a criação da Empresa Brasileira de Serviços Educacionais
(EBSEDUC) para administrar a contratação e o gerenciamento das atividades dos
professores das universidades federais brasileiras. Aceitar a EBSERH é abrir
uma porteira imensa para que, no futuro, o Governo crie a EBSEDUC e, enfia,
conclua o objetivo estratégico de implantar um modelo completo de “o estado
mínimo na educação”. Ou alargamos a nossa capacidade de enxergar cada movimento
desses do Governo e o combatemos de frente ou perderemos a guerra. Há que se
admitir, aliás, que muitas lutas já foram perdidas durante essa batalha. O
modelo privatista de universidade ganha corpo, inclusive, entre grande parte
dos nossos colegas professores e professoras. Não podemos perder, porém, a
capacidade de reler a realidade e de lutar contra ela.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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