A cada dia que passa tenho mais clara a sensação de que a escola, no
termo, incluído, inclusive, as universidades, fenecerá gradativamente se não
tiver a capacidade de se renovar e usar o mundo e as interconexões (ocultas ou
não) como fonte primordial do processo de aquisição de saberes. Imaginar que se
pode isolar o mundo em um laboratório, experimentar para, em seguida,
entendê-lo, é uma bobagem que não se sustenta mais em nosso tempo. Até a
Física, nos estudos quânticos, reconhece que somos feitos de energias e
“possibilidades de energia”. Em Relato de um Certo Oriente, do amazonense
Milton Hatoum, o fotógrafo Dorf, em uma de suas mais belas falas, justifica as
angulações de suas fotos com uma frase que, para mim, tornou-se inesquecível:
“tudo na vida depende da perspectiva do olhar”. Só desenvolveremos a tolerância
e o respeito ao outro como valores se tivermos clareza disso: a perspectiva do
olhar é tudo. Como um artista, a escola precisa ser inconformada, transgressora.
Não pode ser curvar às leis pré-estabelecidas. A permanecer conservadora e
formatadora, não cumprirá o papel de desenvolver espíritos para o exercício
pleno da cidadania. E se esse espírito crítico e informado não for desenvolvido
nos ensinos básico e médio, tem a obrigação de sê-lo no ensino superior. E é
nesse ponto que entra a nossa responsabilidade, como já disse ontem, de
profanarmos todos os templos nela estabelecidos. Só assim cumpriremos o nosso
efetivo papel de não aprisionar o mundo em um laboratório e devolver em
conhecimento para as pessoas, portanto, a sociedade, o investimento
constantemente feito em nós.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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