Um colega professor da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), que ministrou aula ontem, no primeiro dia do primeiro período
letivo de 2013, relatou-me que alguns estudantes da turma dele disseram que ele
"gosta de aparecer", por ter ministrado aula. Já a filha de uma amiga
reclamava que não teve nenhum dos tempos de aulas previstas, também, ontem. São
as faces de uma mesma moeda chamada "comprometimento". Há muito,
parece existir uma regra não escrita: não se pode ministrar aulas na primeira
semana. É a cínica cultura do antigo "pacto da mediocridade":
professores (e professoras) fingem que ensinam, estudantes fingem aprender,
todos são muito bem avaliados e a vida acadêmica continua como uma peça de
teatro na qual os artistas são todos canastrões. É lastimável que, de um lado,
o professor esteja predisposto a ministrar aulas desde o primeiro dia e seja
visto pelos estudantes como alguém que "quer aparecer". Uma
comprovação tácita da falta de compromisso dos estudantes daquela turma, ou, na
melhor das hipóteses, daqueles que fizeram comentário tão infeliz. Do outro
lado, infelizmente, um estado inoperante que oferece vagas nas universidades
sem que existam professores suficientes (em números) ou comprometidos em
ministrar aulas desde o primeiro dia. Com isso, professores substitutos (no
fundo trabalhadores temporários) são contratados. A autorização para esses
contratos, no entanto, nunca acontece antes do início dos períodos letivos.
Vive-se a contradição de uns que podem estudar e não querem e outros que
adorariam ter aulas desde o primeiro dia, mas, não podem. Lastimável!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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Lastimável, ridículo! Desde minha primeira entrada na Universidade pública convivo com esse cenário, e nunca entendi bem o por que, senão sob a citada ótica do "pacto da mediocridade". Nuca entendi quando colegas reclamavam quando o professor dava aula na primeira semana, ou quando ele deixava para fazer chamada ao final da aula. A Universidade é pública, o cidadão deve estar ali porque QUER. Sou Técnico da UFAM, estou esperando o ENEM ou EXTRAMACRO para poder voltar à graduação (pois venho de outro estado e não teve jeito de transferir) e tenho certeza de que vou passar por isso ainda muitas vezes, todo início de semestre. Infelizmente.
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