Preocupam-me sempre as fórmulas e os números
utilizados para "medir" quem tem e quem não tem mérito acadêmico na
universidade brasileira. Tradicionalmente, o mérito é dado a quem publica pelo
menos dois artigos a cada dois anos até o final do trimestre, quando a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realiza as
avaliações dos Programas de Pós-graduação no País. A pergunta é: não há vida
além da Pós-graduação? Há sim. Sem nenhuma dúvida. Porém, não se pode conceber
que um professor ou uma professora seja liberado (a) durante tempo que for
necessário para defender sua dissertação ou tese, e volte para a universidade
de origem para não produzir mais nada. Se os critérios meramente numéricos não
são suficientes para medir o mérito acadêmico de um professor ou professora, o
fato de não produzir mais nada ao longo dos triênios seguintes das suas vidas,
após a obtenção do título, é preocupante. Talvez seja um indicador de que
aquele profissional saiu para se qualificar, ou seja, para cursar mestrado e
doutorado, não para agregar algo mais a si como profissional, muito menos para
a Instituição que o financiou, logo, para a sociedade. Nos casos específicos de
produção zero ou próxima do zero e a falta de atuação nos programas de Pós só
me leva a imaginar que o professor ou professora que mantém essa postura, no
fundo, principalmente no caso do doutorado, usou a qualificação simplesmente
como estratégia para aumentar a remuneração. O que se dizer (ou pensar) de quem
age dessa forma? Os números da meritocracia acadêmica são cruéis tanto pelo que
revelam quanto pelo que podem esconder.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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OBS:
Post do dia 12/06/2013
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