sexta-feira, 14 de junho de 2013

O que dizem os números da meritocracia acadêmica

Preocupam-me sempre as fórmulas e os números utilizados para "medir" quem tem e quem não tem mérito acadêmico na universidade brasileira. Tradicionalmente, o mérito é dado a quem publica pelo menos dois artigos a cada dois anos até o final do trimestre, quando a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realiza as avaliações dos Programas de Pós-graduação no País. A pergunta é: não há vida além da Pós-graduação? Há sim. Sem nenhuma dúvida. Porém, não se pode conceber que um professor ou uma professora seja liberado (a) durante tempo que for necessário para defender sua dissertação ou tese, e volte para a universidade de origem para não produzir mais nada. Se os critérios meramente numéricos não são suficientes para medir o mérito acadêmico de um professor ou professora, o fato de não produzir mais nada ao longo dos triênios seguintes das suas vidas, após a obtenção do título, é preocupante. Talvez seja um indicador de que aquele profissional saiu para se qualificar, ou seja, para cursar mestrado e doutorado, não para agregar algo mais a si como profissional, muito menos para a Instituição que o financiou, logo, para a sociedade. Nos casos específicos de produção zero ou próxima do zero e a falta de atuação nos programas de Pós só me leva a imaginar que o professor ou professora que mantém essa postura, no fundo, principalmente no caso do doutorado, usou a qualificação simplesmente como estratégia para aumentar a remuneração. O que se dizer (ou pensar) de quem age dessa forma? Os números da meritocracia acadêmica são cruéis tanto pelo que revelam quanto pelo que podem esconder.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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OBS: Post do dia 12/06/2013

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