Tenho vontade de rir quando leio e ouço comentários de alguns
professores que se consideram verdadeiros oráculos com opiniões a respeito da
Internet e o que nela ocorre. Há teóricos que se enquadram na mesma categoria
dos que adoram fazer "premonições sobre o futuro da Internet". Quero
ver é fazerem Ciência? Publico, a seguir, dois parágrafos da minha tese " Por um clique: O desafio das empresas
jornalísticas tradicionais no Mercado da Informação – um estudo sobre o posicionamento
das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes, em Manaus",
escrita em 2002 e defendida em 2003, ou seja, há 10 anos, na Escola de
Comunicação e Artes Universidade de São Paulo (ECA-USP) sobre a Internet em
Manaus e o que ela viria a ser no mundo. Ao que tudo indica, acertei em todas
as análises. Se não, vejamos:
"No caso da banda larga, cujo acesso é feito através de uma
rede de fibras óticas e cabos coaxiais, comparativamente com as tarifas
telefônicas, o valor torna-se relativamente baixo. Em Manaus, por exemplo, um
cliente da Horizon Serviços Digitais, para ter acesso a uma conexão dedicada de
64Kbps, precisa assinar o pacote mínimo de TV por cabo denominado “Pacote
Express”, que custa R$ 18,00. Além disso, paga R$ 24,50 pelo Papalégua; R$
29,40 pelo Provedor e R$ 15,00 de aluguel do Cable Modem. Portanto, para se ter
acesso à Internet de banda larga, em Manaus, com a velocidade mínima, que é
64Kbps, e sem suporte técnico, por isso o pacote recebe o nome de “light”, o
cliente desembolsa, mensalmente, a quantia de R$ 86,90. E esse valor deveria
ser ainda menor se a Horizon seguisse em Manaus o que foi determinado em São
Paulo. Lá, o Procon determinou a empresas que prestam serviços de Internet
rápida utilizando a mesma estrutura da TV por cabos não podem cobrar pelo
provimento de acesso. Assim, o valor total de R$ 86,90 cairia para R$ 57,50. O que a Telefônica propõe em São Paulo, e
que deve se tornar regra, com pequenas variações, no Brasil inteiro, é uma
tarifa única de R$ 19,90 para uso ilimitado da Internet por linha telefônica,
através do provedor iTelefonica. Certamente haverá um realinhamento de preços
no setor.
Quem duvida que, a partir do momento em que o serviço for
oferecido, a competição na Internet brasileira, não se dará mais nos moldes
atuais? E que ninguém duvide, e as empresas jornalísticas tradicionais não
deixem de vislumbrar este cenário para um futuro não muito distante: as
operadoras de telecomunicações, após consolidarem o negócio de provimento de
acesso, necessariamente vão investir na coleta, produção e distribuição de
conteúdo no Mercado da Informação. E vão fazer isso porque, como bem ressaltou DERTOUZOS,
a tendência é o controle total do fluxo de informações. Quem garante que as
empresas de telecomunicações não vão querer todo o processo de produção de
conteúdos para a WEB? Certamente o farão, pois como disseram HOFFMAN e NOVAK, a WEB tem uma característica intrínseca:
deixar de ser um canal de comunicação e marketing e passar a ser o próprio
mercado." O que vejo hoje é muito professor fantasiado de teórico da
Internet por ser mero usuário. Começo a pensar em publicar minha tese,
produzida há 10 anos, cujos primeiros resultados no que apontei no estudo
começam a se concretizar agora. À época, fui considerado por muitos um
visionário. Hoje, tudo o que apontei na minha tese virou realidade. É como
dizem os caboclos:"Respeitem as caras!".
Para referenciar:
MONTEIRO, Gilson. Por um
clique: O desafio das empresas jornalísticas tradicionais no Mercado da
Informação – um estudo sobre o posicionamento das empresas jornalísticas e a
prática do jornalismo em redes, em Manaus. (Tese) 2002. Universidade de São
Paulo (Usp). Escola de Comunicações e Artes (ECA) Doutorado em Ciências da
Comunicação. São Paulo: 2003.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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