sexta-feira, 22 de novembro de 2013

As universidades muito além dos certificados

Recuso-me a entender a universidade como um mero entreposto do Ministério da Educação (MEC) para a emissão de certificados e diplomas. Centrar as discussões na "formação para o mercado" é tirar o protagonismo e a grandeza do papel da universidade. É reduzi-la a um biombo certificador e diplomador. Pensar a universidade como o locus da formação profissional é uma visão tão equivocada que passa até longe do que a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) define como Educação:
"TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Educar, portanto, até do ponto de vista legal, não se trata apenas de formar para o mercado, para o mundo do trabalho. São "os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Não há educação se todos esses entes não tiverem interconectados. Erra, e feio, quem imagina a universidade como um centro irradiador do conhecimento. Não passa de apenas mais um dos entes, categorizada como "instituições de ensino e pesquisa". Entendê-la como uma espécie de sol, de morada dos deuses, é criar um muro invisível, mas, intransponível, e negar os processos formativos da vida familiar, da convivência humana, do trabalho, dos movimentos sociais e da organizações da sociedade civil bem como das manifestações culturais. Aproximar a universidade da sociedade será impossível se a própria universidade não se reconhecer apenas como parte do mundo da vida e não o centro dela.


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