Recuso-me
a entender a universidade como um mero entreposto do Ministério da Educação
(MEC) para a emissão de certificados e diplomas. Centrar as discussões na
"formação para o mercado" é tirar o protagonismo e a grandeza do
papel da universidade. É reduzi-la a um biombo certificador e diplomador. Pensar
a universidade como o locus da formação profissional é uma visão tão equivocada
que passa até longe do que a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN) define como Educação:
"TÍTULO
I
Da
Educação
Art.
1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Educar,
portanto, até do ponto de vista legal, não se trata apenas de formar para o
mercado, para o mundo do trabalho. São "os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais."
Não há
educação se todos esses entes não tiverem interconectados. Erra, e feio, quem
imagina a universidade como um centro irradiador do conhecimento. Não passa de
apenas mais um dos entes, categorizada como "instituições de ensino e pesquisa".
Entendê-la como uma espécie de sol, de morada dos deuses, é criar um muro
invisível, mas, intransponível, e negar os processos formativos da vida
familiar, da convivência humana, do trabalho, dos movimentos sociais e da organizações
da sociedade civil bem como das manifestações culturais. Aproximar a
universidade da sociedade será impossível se a própria universidade não se
reconhecer apenas como parte do mundo da vida e não o centro dela.
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