Há
exatos 50 anos, aos 45min do dia 16 de novembro de 1963, numa casa de paxiúba coberta
de palha, em Sena Madureira, a primeira capital do Acre, localizada a 144
quilômetros da hoje capital, Rio Branco, eu nascia. Somente ontem à tarde,
quando cheguei de Manaus, minha mãe revelou:"há cinquenta anos, sua mãe
quase bate o catolé". A expressão "bater o catolé" significa
morrer. De bem com a vida e feliz rebati:"Mãe, então temos dois motivos
para comemora. A senhora nasceu de novo e eu também nasci". Depois de 35
anos volto a Sena Madureira para comemorar o aniversário com minha mãe, meus
irmãos, sobrinhos e parte da família. Em março de 1993 ingressei na
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) como professor. Depois de oito anos e
dois cursos na condição de estudante, somo 28 anos de dedicação à Ufam. Tenho
poucas ilusões em relação ao local no qual trabalho, alguns sonhos e uma certeza: a cada ano que passa, o fim se
aproxima. Meu avô morreu com 77 anos, meu pai, 79. Talvez eu ainda tenha mais
30? Não sei! Quero viver intensamente, com menos ilusões em relação à
humanidade, mas com a utopia de um mundo mais justo e melhor.
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