domingo, 22 de julho de 2012

A lógica gerencial no serviço público


A dureza com que o Governo encara todos os servidores públicos federais em greve faz parte de uma lógica internacional de se administrar os estados como se fossem empresas. E todas essas empresas devem girar em torno de um único objeto: o capital especulativo internacional. E para que isso ocorra é necessário que se aplique a lógica gerencial ao serviço público. Isso empurra o Governo, também, a jogar nos números absolutos e não na própria lógica do capital rentista. Um exemplo disso é a proposta apresentada aos professores em greve no último dia 13. Tem características de aposta no “mercado futuro”. Para entendê-la, foi preciso fazer um exercício igual ao feito pelas pessoas que aplicam em cestas de produtos em longo prazo. Outra esperteza do Governo foi aplicar vários índices, sem, no entanto, haver, de fato, reajuste. O que há, no máximo, é uma reposição de perdas. Como se trata, de fato, da lógica empresarial, dificilmente haverá ganhos. O Governo, ao que tudo indica, encosta os professores na parede ao dizer que “é isso ou nada”. Tenta empurrar goela abaixo, na verdade, uma política de desoneração do Estado e não, efetivamente, uma carreira de professor. A proposta acena, na verdade, com a possibilidade futura do que denominei de “terceirização” dos serviços de ensino. Anotem! Depois da empresa brasileira de hospitais virá a empresa brasileira de ensino. Fiquemos de olho!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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