Após 56 dias da greve das Instituições Federais de Educação (IFEs), o
Governo convocou para hoje, às 15h, na Secretaria de Relações de Trabalho do
Ministério do Planejamento, Bloco “C”, sala 01, dirigentes da Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação),
do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Técnica e
Tecnológica (Sinasefe) e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (Andes-SN) para uma reunião. Tudo levar a crer que será a
retomada da Mesa de Negociações. No entanto, o Ofício nº 342/2012/CGNES/SRT/MP,
que convoca para a reunião e pede a confirmação do nome de quem irá representar
a entidade convocada, é assinado pela Coordenadora-geral de Negociação e
Relações Sindicais (CGNES/SRT), Edina Maria Rocha Lima, a mesma que recebeu a
carta do Andes-SN, no Ato Público realizado dia 02 deste mês, quando o titular
da Secretaria, Sérgio Mendonça, se negou a receber os professores. Ao que tudo
indica, os últimos atos realizados pelo Andes-SN, o Ato Público com “Café da
manhã”, em frente ao prédio onde ocorrerá a reunião de hoje, acontecido dia
02/07, e o Ato formal de protocolização da “Carta aberta à presidenta Dilma”,
realizado dia 11/07, surtiram efeito. Pelas últimas movimentações do Governo,
porém, é necessário manter a prudência, principalmente porque até o ofício de
convocação da reunião de hoje não foi assinado pelo titular da Secretaria das
Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, e sim pela sua auxiliar, Edina Lima.
Percebi um clima de euforia entre alguns colegas professores e professoras, bem
como a própria comunidade que me segue nas redes sociais como se a simples
marcação da primeira reunião com o Governo significasse o “fim da greve”. É
preciso que fique bem claro uma coisa: não se decreta o fim de uma greve, de
nenhuma monta, muito menos uma greve do tamanho da nossa, na primeira reunião.
Outra coisa: o Governo pode, mais uma vez, apenas enrolar os dirigentes do
Andes-SN e não apresentar nada de novo. Só para refrescar a memória dos nossos
colegas professores e professoras, as duas últimas vezes que o Andes-SN
conseguiu alguma interlocução com o Governo foi pare receber um pedido de
trégua. Pelas últimas mexidas do Governo neste tabuleiro é pouco provável que
haja alguma novidade para hoje. Mais grave que isso, porém, é surgir uma
proposta que, inicialmente, possa provocar comemorações por parte de alguns, no
entanto, ser uma estaca enterrada no coração do Andes-Sn e da greve. Não é segredo
para ninguém que existe uma relação pra lá de incestuosa entre o Governo
Federal e a Proifes-Federação. Qualquer proposta que fale apenas em reposição
salarial ou, por exemplo, equiparação aos salários do Ministério da Ciência e
tecnologia, sem que se toque nos outros pontos da pauta do Andes-SN (condições
de trabalho e carreira de professor federal) é uma armadilha para rachar
unidade da categoria e do movimento, encostar o Andes-SN nas cordas é grudar a
pecha de “radical” no sindicato e em todos nós que lutamos por remuneração
digna combinada com condições de trabalho. Há que se ter muita calma para não comemorar
um golpe de morte em nós mesmos.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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