O Governo Federal, ao usar os meios de comunicação de massa para “vender”
a ideia de que concede aumento de até 45% (quarenta e cinco por cento) de reajuste
salarial aos professores das universidades e institutos federais em greve, dá
asas a uma farsa, engolida pela mídia e por alguns professores. O professor Wagner
Ferreira Santos, do departamento de matemática da Universidade Federal de
Sergipe, arranca a máscara e demonstra que, ao invés de ganhos de 45% há perdas
de até 11,9%. E qual é a “pegadinha” do Governo? Simples. É como se a proposta
do governo fosse uma aposta no “mercado futuro”. O raciocínio, portanto, é
financeiro. Assim sendo, não se pode deixar de levar em conta a projeção de
inflação entre julho de 2012 a julho de 2015. Quando o Governo Federal divulga
que concederá reajuste de 45% sem levar em conta a inflação projetada deste ano
até 2015, trabalha com números absolutos. Essa é a máscara que esconde a farsa.
Professores em greve precisam ter a habilidade de convencer a população de que,
sem levar em conta a inflação futura, há perdas salariais e não ganhos. Um
exemplo: em valores absolutos, um professor com doutorado e dedicação exclusiva,
no topo da carreira, ou seja, professor titular recebeu, em julho de 2010, R$ 11.755,05.
Pela nova proposta do governo, em julho de 2015, esse mesmo professor, receberá,
em valor futuro, R$ 17.057,74. Como há uma inflação projetada de 20% entre
julho de 2012 e julho de 2015, esses R$ 17.057,74, trazidos a valores
presentes, vale R$ 14.214,78. Portanto, a farsa proposta pelo governo federal
foi engolida pela mídia e por muitos colegas professores e professoras: não há
reajuste salarial de 45%. Em verdade, somente o topo da carreira terá reajuste
efetivo de 5,9%. Em todos os demais níveis e classes, há perdas, em muitos
casos, de até 11,9%.
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