Quem esperava algum avanço como resultado da reunião de ontem
realizada entre o Governo Federal e a Federação de Sindicatos de Professores de
Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), o Sindicato
Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Técnica e Tecnológica
(Sinasefe) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (Andes-SN) frustrou-se. Pelo lado do Governo compareceram Marcela
Tapajós e Silva (MPOg – veja
artigo dela sobre o assunto), Marco Antônio (SETEC/MEC) e Amaro Lins
(Sesu). As entidades representativas dos trabalhadores, sem exceção, rejeitaram
a proposta do Governo Federal apresentada no último dia 13 de julho. Ao invés
de tentar avançar nas negociações, os representantes do Governo tentaram
rebater, ponto a ponto, as críticas dos trabalhadores à Proposta. O que o
Andes-SN chama de cláusula de barreira, o Governo denomina de “critérios
legítimos para a melhor qualidade da Educação”. Insiste em que o reajuste é
acima da inflação “para todos” e tem por objetivo valorizar a titulação. Aqui
há uma questão conceitual que precisa ser explicada: o Andes-SN não exclui a
valorização da titulação. Defende, porém, que esse não seja o único critério
para a progressão na carreira. Quanto aos 180 dias para posterior definição dos
critérios de avaliação, o Governo não entende que seja um atentado à autonomia
da universidade brasileira. “Autonomia não é soberania”, rebateu um dos representantes
do Governo na reunião de ontem. Os discursos deixaram claro que o Governo
Federal não pretende abrir mão do viés produtivista implementado na
universidade brasileira pelo Governo Fernando Henrique Cardoso e refinado pelo
Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Defenderam que querem “fomentar melhores
práticas de avaliação para melhorar a qualidade da educação e que a proposta dá
coerência, dinamismo e não afeta a autonomia universitária”. Nova reunião foi
marcada para hoje com horário ainda a ser definido. No entanto, pelo jeito se
há mesmo interesse em mudar esse víeis do produtivismo baseado apenas em
números de artigos publicados em revistas especializadas será necessária endurecer
o discurso e manter a mobilização. Caso contrário, a composição do professor (e
da professora) será cada vez mais baseada na atuação em programas de
Pós-graduação, nos prêmios obtidos e nos artigos publicados.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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