quarta-feira, 4 de julho de 2012

Hoje é o dia D para a greve dos servidores federais


A grande vantagem de se fazer uma caminhada pelos “porões” do Congresso Nacional, algo que fiz ontem como membro do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) é que você começa a entender como funcionam as coisas em Brasília, mais ainda, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Pouco falei, observei muito e cheguei à seguinte conclusão: hoje é o dia D para a greve dos servidores públicos federais. E não pela pressão dos sindicados. Mas, pela votação da Lei de Diretrizes de Orçamentárias (LDO), que ocorre daqui a pouco, no Senado. Um dos gabinetes que visitamos ontem foi o do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o relator da LDO. E sabem o que descobri nas conversas ouvidas? Ele quer garantir, para “fazer um agrado ao Judiciário”, que cada um dos poderes definam o percentual a ser gasto com o pagamento de salários. E o Governo Federal, cujo compromisso é com o Capital Internacional e não com os trabalhadores, não pode nem ouvir falar nisso. Um dispositivo desse tipo tiraria do Executivo o poder de definir o quanto aplicará de aumento a cada categoria. Logo, é como se “uma porteira fosse aberta” para o aumento de R$ 60 mil para R$ 75 mil que os deputados querem para a verba de gabinete, por exemplo. Há, nitidamente, uma “blindagem da LDO” por parte do Governo. Por isso a Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Melchior, não fala com nenhum dos servidores em greve e deixa o “negociador”, Sérgio Mendonça, em palpos de aranha com os grevistas. Votada a LDO, tenham certeza, o Governo começará a conversar com as categorias em greve. E não será em “comandos unificados”. Manterá a estratégia de receber categorias em separado para aplicar o menor reajuste possível a fim de manter o compromisso de equilíbrio fiscal feito com a bancada internacional. Assim funciona Brasília. Esse é o jogo do capital internacional e do compromisso do Governo Dilma. Enquanto a LDO não for aprovada ela ficará impassível diante da “pressão” dos servidores. Pelo jeito, esse dispositivo que garante aos poderes definir o nível de reajuste dos servidores será posto pelo relator, Antônio Carlos Valadares, mas, não passa nem com reza braba!

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