A grande vantagem de se fazer uma caminhada pelos “porões” do Congresso
Nacional, algo que fiz ontem como membro do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) é que você
começa a entender como funcionam as coisas em Brasília, mais ainda, na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal. Pouco falei, observei muito e cheguei à
seguinte conclusão: hoje é o dia D para a greve dos servidores públicos
federais. E não pela pressão dos sindicados. Mas, pela votação da Lei de
Diretrizes de Orçamentárias (LDO), que ocorre daqui a pouco, no Senado. Um dos
gabinetes que visitamos ontem foi o do senador Antônio Carlos Valadares
(PSB-SE), o relator da LDO. E sabem o que descobri nas conversas ouvidas? Ele
quer garantir, para “fazer um agrado ao Judiciário”, que cada um dos poderes
definam o percentual a ser gasto com o pagamento de salários. E o Governo
Federal, cujo compromisso é com o Capital Internacional e não com os
trabalhadores, não pode nem ouvir falar nisso. Um dispositivo desse tipo tiraria
do Executivo o poder de definir o quanto aplicará de aumento a cada categoria.
Logo, é como se “uma porteira fosse aberta” para o aumento de R$ 60 mil para R$
75 mil que os deputados querem para a verba de gabinete, por exemplo. Há,
nitidamente, uma “blindagem da LDO” por parte do Governo. Por isso a Ministra
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Melchior, não fala com nenhum dos
servidores em greve e deixa o “negociador”, Sérgio Mendonça, em palpos de
aranha com os grevistas. Votada a LDO, tenham certeza, o Governo começará a
conversar com as categorias em greve. E não será em “comandos unificados”.
Manterá a estratégia de receber categorias em separado para aplicar o menor reajuste
possível a fim de manter o compromisso de equilíbrio fiscal feito com a bancada
internacional. Assim funciona Brasília. Esse é o jogo do capital internacional
e do compromisso do Governo Dilma. Enquanto a LDO não for aprovada ela ficará
impassível diante da “pressão” dos servidores. Pelo jeito, esse dispositivo que
garante aos poderes definir o nível de reajuste dos servidores será posto pelo
relator, Antônio Carlos Valadares, mas, não passa nem com reza braba!
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