O vice-reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no exercício
da reitoria, professor doutor Reginaldo Gomes, tomou uma medida tão reacionária
que mais parece uma demonstração de saudades dos ventos da ditadura: vetou a
suspensão do calendário acadêmico indo contra duas decisões favoráveis à medida
tomadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da instituição. A primeira
suspensão ocorreu no dia 13 de junho de 2012. A reitoria fez um pedido de
reconsideração da decisão. Em reunião realizada no dia 02 de julho de 2012, o CEPE
da UFRR decidiu manter a suspensão do calendário das atividades de graduação.
Naquela reunião, dos 35 conselheiros presentes, 21 votaram contra o voto do
relator, professor Fábio Wankler. Ele fez o parecer embasado no Parecer Nº
322/2012/AGU/PGF/PF-RR/PFSP, do procurador da Advocacia Geral da União (AGU).
Entre os demais conselheiros, 09 votaram com o relator e 05 se abstiveram. A
Seção Sindical dos Docentes da UFRR (SEDUF-RR) publicou uma NOTA
DE REPÚDIO, sem, no entanto, detalhar o fato. O curioso dessa história é
que Reginaldo Gomes é do Núcleo de Pesquisas Eleitorais e Políticas da Amazônia
(Nupepa) da UFRR, coordenado por ele enquanto o antigo reitor, Roberto Ramos,
exercia a reitoria por dois mandatos. A atual reitora é a professora Gioconda
Martinez, antes vice-reitora na segunda gestão de Roberto Ramos, de 2008 a
2011. Todos, enfim, fazem parte de uma administração que não conseguiu entender
que “judicializar” uma greve é o erro mais grave que se pode cometer.
Certamente, a reitoria da Federal de Roraima é a mais real de todas as rainhas.
Até agora, em plena época democrática, foi a única a vetar a decisão de um
conselho. Sem contar que todos os reitores das federais declararam apoio
incondicional à greve. Talvez seja reflexo de alguma orientação do próprio
Nupepa. O antigo reitor, Roberto Ramos, pertence ao quadro de professores do
curso de Ciências Sociais da UFRR. Desde que deixou a reitoria, porém, não ministra
mais aulas no seu curso de origem. Pelos corredores, comenta-se que é desejo dele
"criar" o curso de graduação em Ciência Política. Tomara, porém, que
os futuros alunos do curso, se criado, não saiam com a visão política estreita
demonstrado pelo vice-reitor. Seria trágico!
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Parabéns. Por parte da análise. É deplorável a ação contra a decisão da maioria do Conselho, resultante de uma assessoramento jurídico errôneo e míope. No entanto, é preciso ser menos apaixonado ao dizer que os "corredores" falam sobre quem seria o "pai" do curso de Ciência Política. É menosprezar a decisão do colegiado do curso de Ciências Sociais; reduzir a pó a deliberação do Conselho do Centro de Ciências Humanas; chacotear do árduo trabalho daqueles que constroem um Projeto Político Pedagógico que hoje tramita nas instâncias superiores da UFRR; ri dos anseios daqueles que visam não mais fazer política estreita e sim ajudar a ampliar o real papel de uma universidade. Triste momento da decisão da reitoria. Triste também aquele ou aquela que se deixa levar por uma leitura decadente, parcial e embaçada da viva e pujante realidade. Sou um dos pais defendendo a cria e membro do citado NUPEPA que nada tem com o famigerado veto.
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