domingo, 15 de julho de 2012

Vice-reitor da Federal de Roraima veta decisão do CEPE


O vice-reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no exercício da reitoria, professor doutor Reginaldo Gomes, tomou uma medida tão reacionária que mais parece uma demonstração de saudades dos ventos da ditadura: vetou a suspensão do calendário acadêmico indo contra duas decisões favoráveis à medida tomadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da instituição. A primeira suspensão ocorreu no dia 13 de junho de 2012. A reitoria fez um pedido de reconsideração da decisão. Em reunião realizada no dia 02 de julho de 2012, o CEPE da UFRR decidiu manter a suspensão do calendário das atividades de graduação. Naquela reunião, dos 35 conselheiros presentes, 21 votaram contra o voto do relator, professor Fábio Wankler. Ele fez o parecer embasado no Parecer Nº 322/2012/AGU/PGF/PF-RR/PFSP, do procurador da Advocacia Geral da União (AGU). Entre os demais conselheiros, 09 votaram com o relator e 05 se abstiveram. A Seção Sindical dos Docentes da UFRR (SEDUF-RR) publicou uma NOTA DE REPÚDIO, sem, no entanto, detalhar o fato. O curioso dessa história é que Reginaldo Gomes é do Núcleo de Pesquisas Eleitorais e Políticas da Amazônia (Nupepa) da UFRR, coordenado por ele enquanto o antigo reitor, Roberto Ramos, exercia a reitoria por dois mandatos. A atual reitora é a professora Gioconda Martinez, antes vice-reitora na segunda gestão de Roberto Ramos, de 2008 a 2011. Todos, enfim, fazem parte de uma administração que não conseguiu entender que “judicializar” uma greve é o erro mais grave que se pode cometer. Certamente, a reitoria da Federal de Roraima é a mais real de todas as rainhas. Até agora, em plena época democrática, foi a única a vetar a decisão de um conselho. Sem contar que todos os reitores das federais declararam apoio incondicional à greve. Talvez seja reflexo de alguma orientação do próprio Nupepa. O antigo reitor, Roberto Ramos, pertence ao quadro de professores do curso de Ciências Sociais da UFRR. Desde que deixou a reitoria, porém, não ministra mais aulas no seu curso de origem. Pelos corredores, comenta-se que é desejo dele "criar" o curso de graduação em Ciência Política. Tomara, porém, que os futuros alunos do curso, se criado, não saiam com a visão política estreita demonstrado pelo vice-reitor. Seria trágico!

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Um comentário:

  1. Parabéns. Por parte da análise. É deplorável a ação contra a decisão da maioria do Conselho, resultante de uma assessoramento jurídico errôneo e míope. No entanto, é preciso ser menos apaixonado ao dizer que os "corredores" falam sobre quem seria o "pai" do curso de Ciência Política. É menosprezar a decisão do colegiado do curso de Ciências Sociais; reduzir a pó a deliberação do Conselho do Centro de Ciências Humanas; chacotear do árduo trabalho daqueles que constroem um Projeto Político Pedagógico que hoje tramita nas instâncias superiores da UFRR; ri dos anseios daqueles que visam não mais fazer política estreita e sim ajudar a ampliar o real papel de uma universidade. Triste momento da decisão da reitoria. Triste também aquele ou aquela que se deixa levar por uma leitura decadente, parcial e embaçada da viva e pujante realidade. Sou um dos pais defendendo a cria e membro do citado NUPEPA que nada tem com o famigerado veto.

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