segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A universidade, a organização social e a dinâmica da vida


Qual, afinal, o papel da Escola, em todos os níveis, na vida das pessoas? Ser um dos aparelhos do Estado para ajudar na organização da vida em sociedade ou contribuir para que as pessoas entendam a dinâmica da própria vida? Com o perdão dos paulofreireanos, montessorianos e demais defensores da “escola libertadora”, caso o papel seja o primeiro, “ajudar na organização da vida em sociedade”, a Escola (inclusive a universidade) não passa de um “aparelho ideológico do Estado” como bem defendia Louis Althusser. Portanto, se assim o for, jamais poderá sê-lo contraditoriamente libertadora. Ao contrário, será sempre conformadora e defenderá, a conformação como regra. Certamente, esse é um dos motivos de a Escola atual ser a maior porta-voz do discurso libertador, no entanto, na prática, ser castradora. A contradição existencial da Escola é essa: querer ser o lócus de entendimento da dinâmica da vida e funcionar como aparelho de Estado para a conformação dos seres às regras de organização da vida em sociedade. Como a universidade, por exemplo, pode formar um ser “autônomo”, “livre” e pronto para as descobertas se, ao longo da vida, esse mesmo ser foi “educado” para dependência, prisão e conformismo? Enquanto todo o processo educacional não for “libertador”, a partir do próprio núcleo familiar, vejo poucas possibilidades de a universidade, ao fim de tudo, ser esse “instrumento de libertação e descobertas”. Avançar no sentido de derrubar esse muro da contradição talvez seja o caminho para o que denomino de “revolução didático-pedagógica” essencial para que a universidade cumpra seu principal papel: de universalização dos saberes. E, claro, ajudar as pessoas a entender a dinâmica da vida.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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