segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O desafio do trabalho coletivo nas universidades


Há muito percebo, tanto de estudantes quando de professores e professoras, restrições, e até reações, contra os “trabalhos em grupo”. E isso me causa muito estranhamento. Nem tanto pelos estudantes, pois cabe a nós educá-los para tal, ou seja, para o trabalho em grupo, portanto, coletivo. Mas, pela extrema dificuldade que enfrento nos trabalhos que, necessariamente, deveriam ser em grupo. A maior delas é, por exemplo, o planejamento em grupo das atividades e disciplinas de um curso. Dificilmente, há anos, não se consegue nem reunir o Colegiado de Curso, que deveria reunir os professores de todas as disciplinas que fazem parte da estrutura curricular de um curso. As dificuldades são tantas que, na maioria das vezes, as decisões sobre o curso são tomadas solitariamente pelo coordenador, ou pela minoria do Colegiado. Estranha-me que nos discursos, a categoria defenda as decisões colegiadas, ou seja, o processo democrático: tanto da escolha dos dirigentes quanto da administração menos centralizada. Na prática, porém, os próprios professores (e professoras), ao participarem raramente dos colegiados, terminam por “matar” a democracia pela qual tanto lutam e lutaram. Como, então, cobrar dos estudantes a realização de trabalhos em grupo se, entre nós, ainda não vencemos a dificuldade (que parece permanente) de se trabalhar coletivamente? Em Educação, o exemplo vale mais do que mil aulas. É preciso vencer o individualismo que se impregnou entre nós com a visão meritocrática (individual) sobrepujando-se a todo e qualquer olhar coletivo. Ou nos reeducamos para o trabalho coletivo e compartilhado ou teremos sérias dificuldades em conscientizar nossos estudantes sobre a importância do trabalho em grupo, em equipe. As empresas modernas não contratam apenas indivíduos.     Querem pessoas que saibam valorizar o trabalho em equipe. Esse é, portanto, mais um desafio das universidades: formar para o trabalho coletivo.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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