quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Para repensar a regulamentação profissional no Brasil


Vez por outra acompanho discussões acaloradas sobre a questão da “regulamentação”. Quer profissional, quer da mídia ou da internet. A mais recente foi sobre a regulamentação da profissão de historiador. Tramita, também, no Congresso, o retorno da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Discute-se, ainda, a regulação da mídia e o marco legal da Internet no Brasil. Quando ainda estudante de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), defendi vorazmente o diploma para o exercício da profissão. Antes de me “formar”, descobri que meu texto (embora elogiado por alguns professores) ainda era sofrível. Resolvi cursar Licenciatura Plena em Letras, também na Ufam, como forma de complementar minha formação em Jornalismo. Virei “repórter especial” do jornal de maior circulação de Manaus e do Amazonas. Em pouco tempo passei a funcionar como uma espécie de “Diretor auxiliar de Redação”, que hoje recebe o pomposo nome de Diretor Executivo de Redação. Logo em seguida, ingressei na Ufam como professor. Ficou a certeza de que, para entender o processo de “Administração de uma Redação”, deveria estudar Administração de empresas e tentar aplicar o aprendizado ao Jornalismo. Cursei Especialização na FGV-ISAE-AM e Mestrado em Administração (Marketing e Finanças) na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (Usp). Pesquisei “o diferencial do jornal de domingo no mercado brasileiro”. No Doutorado, voltei para a área de Comunicação e, agora, na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Usp, estudei “o posicionamento das empresas de Comunicação no Mercado da Informação”, talvez o primeiro trabalho da Região Norte sobre a Rede Mundial de Computadores e a relação com as organizações de Comunicação. Na vida, como na pesquisa, descobri, por experimentar, que “o método é o percurso”, como defende Edgar Morin. A hipótese, provavelmente, também serve para se avaliar o processo de “formação” para o exercício de uma atividade profissional e o efetivo exercício dela. Delimitar campos do saber ou “territórios” para o exercício profissional é muito mais complexo do que aparenta. É necessário mudar completamente a perspectiva do olhar para entendermos que nem a mais bem aparelhada e melhor escola do mundo, em quaisquer dos níveis, é capaz de “espelhar” a vida. Os saberes não cabem mais nos "gavetões" das profissões. Pena que, a universidade, na teoria, é a mais liberal instituição do mundo, na prática, no dia-a-dia, é um amálgama do exército e da igreja. Qualquer profissão que se fechar em seu terreninho protegido por cercas, ainda que de arame farpado, será invadida. Pelos saberes oriundos da própria vida. Meu percurso me ensinou isso: é preciso repensar urgentemente a formação e a regulamentação profissional no País. Fórmulas não as tenho! Talvez o próprio percurso apresente novos caminhos.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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