terça-feira, 6 de novembro de 2012

O distanciamento da realidade no processo educacional


As universidades padecem de outro mal (talvez do século): o de se considerarem entes acima do bem e do mal pela expertise do seu corpo docente. É como se, por meio da Ciência, tivesse o poder de ditar regras e dizer o que deve ou não ser feito lá “no mundo dos meros mortais”. Não se trata de uma posição exclusiva das universidades. A escola, em si, considera-se um ente distante da realidade, do dia a dia das pessoas. E, talvez por isso, tenha-se a impressão de que a escola é um ente à parte da vida, descolado da realidade. O problema se agrava à medida que se sobe de nível. E quando se chega no nível superior, é como se a universidade fosse a “deusa do saber”. Essa imagem presunçosa que se cria da própria atividade, de certo modo, termina por gerar antipatia coletiva. Tanto a educação quanto a Ciência se alimentam do mundo, da realidade, do dia a dia, da vida. Existimos, portanto, pesquisamos, para entendê-la. Transformar as universidades em Olimpo, em espaço dos deuses, não as faz mais cobiçadas. Muito menos respeitadas. Em alguns casos, deixa respingos na imagem institucional. É na e da sociedade que a universidade se alimenta e revigora suas pesquisas. Ou tomamos isso como regra e entendemos que a Ciência é parte da vida ou cada vez mais estaremos distante da sociedade. E se isso acontece, não teremos o respeito dela. Reconquistar nosso espaço da convivência e do respeito no seio da sociedade talvez seja o maior desafio que temos como professores e cientistas. Pois, afinal, uma Ciência que não melhora a vida das pessoas deixa de servi-las e passa a ser um ente abstrato.


Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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